Vencedores:
José Sócrates- Coerência a toda a linha, empenhamento, uma estratégia clara desde o primeiro minuto que se revelou vencedora, e sobretudo a afirmação de uma posição óbvia do PS face à sua tradição nesta matéria. Para esquecer Guterres de vez.
Bloco de Esquerda- Marcou pontos na sua guerra particular com o PCP. Provou que a sua posição em apoiar o referendo era a certa. O capital de legitimidade da nova lei será, assim, muito maior.
Ribeiro e Castro- Devo ser o primeiro a escrever isto, mas como único rosto visivel do Não no campo partidário, coerente desde o primeiro minuto (ao contrário de Marques Mendes), ganhou estima e popularidade entre muita da Direita. Mesmo a guerrilha interna do CDS foi-lhe favorável: ao não querer aparecer com o líder, a oposição simplesmente... não apareceu.
Liberais- Vasco Rato, Carlos Abreu Amorim, Helena Matos, Adolfo Mesquita Nunes, tiveram a única posição digna neste assunto para quem se diz liberal. Que, como ficou provado, é um termo muito mal utilizado em Portugal...
André Carapinha- Esta foi só para embirrar.
Vencidos:
Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa- A vergonhosa estratégia da dissimulação, a tentativa de agradar a gregos e troianos, não só não resultou como os descredibilizou. Mendes, especialmente, perde mais uma batalha e tem muitas explicações a dar ao PSD, que foi neutro apenas em teoria. Um ponto a menos para a política manobrista e sem vergonha. Ainda bem.
Igreja Católica- Apostou tudo e perdeu. Mobilizou, discretamente, os padres a Norte, e às claras a Opus Dei nas cidades. Inventou 11 movimentos, teve mais tempo de antena, teve as missas dominicais, o catecismo nocturno, as homilias televisivas, os media católicos. Mea culpa, também eu pensei que tivesse mais força. Já não tem.
"Liberais"- Se preciso fosse, ficou claro o que são a maioria dos "liberais" portugueses: os restos de uma Direita salazarenta e beata abrigados sob o capote do liberalismo, a ideologia da moda. Vide o exemplo do citado abaixo, o "liberal" da Opus Dei e próximo do PNR,
André Azevedo Alves- Esta foi só para embirrar ainda mais um bocadinho.
7 comentários:
Este é um post de análise política algo bem humorada. Evidentemente, há outros vencedores mais importantes: as mulheres, a liberdade, a laicidade, etc.
Longe da Pátria, a mais de 3 mil Kms,assisti via TV- RTP-1, à noite eleitoral, com Marcelo e Vitorino a comentarem face a Judite de Sousa. Marcelo ia ficando com uma cara... Vitorino tentou demarcar-se polida e diplomaticamente, um pouco- olhando para o faciès do Prof- Topa-a-tudo, que segundo JPP, vai entrar em força na Blogosfera, ele que já tem um blogue apenso ao semanário Sol.
O que é que queria dizer Cavaco com a sua retirada meditabunda- depois do voto- na Travessa do Possolo? As pessoas começam a ficar preocupadas: estes sinais de endireitização ( de controlo, de limitação, de segredo) não se usam em parte alguma da Europa dos 27. Antes pelo contrário. Por isso, a postura " tipo Sage "- de Sócrates não me pareceu nada feliz, nem indiciadora de novas conquistas democráticas. Antes pelo contrário.
Ribeiro e Castro, que passa a semana em Bruxelas no Parlamento Europeu, tenta sobreviver agarrado a uma tábua, a perversa Maria José Nogueira Pinto. O líder centrista é mesmo outra aberração, e singular, no espaço político europeu...mesmo se o eterno candidato ao Nobel, António Lobo Antunes, o gabou nas colunas do Público, antes do Natal.
Vasco Rato e Paula Teixeira Pinto, parecem ser excepções, claras e distintas, na classe política portuguesa. A direcção bicéfala do Bloco parece-me muito " apanhada " peo sistema face a um PCP moribundo e a caminho do grau zero da insanidade, dê Jerónimo as voltas que der à dentadura. O Bloco são uma espécie de forcados amadores da lezíria, onde os ideais e a postura democrática se esvai em jogos de bastidores presos a considerações de ordem sondagística muito afltiva e integrada... Os trotskistas lusos estão a anos luz dos Besançonets franceses de tão galharda tradição e isenção. É a diferença crassa e cretina lusitana no seu explendor.
JPP lá passou mais uma tempestade e, José Miguel Júdice, peso-pesado e rival de Marcelo na área da direita social,parece " ter ignorado" o debate...FAR
Gostei da analise!
vá este link
http://caminhodosversos.blogspot.com/2007/02/vida.html
Abraço!
este andré é um calhau...
E foi uma vitória da réstea de esperança que ainda podemos ter na deontologia médica, que, de facto, realmente, não existe, não há nem se pretende que haja em Portugal.
Obrigado Manuel Neves, outro vencedor do referendo.
Os médicos, e comem todos pela mesma medida, porque se encapotam uns aos outros, ainda mais que os juízes, os catedráticos, os professores, os chefes de serviços da função pública, etc., são o exemplo mais preclaro da nossa indigência mental que nos leva a ser reverentes e humilhados perante estes feiticeiros e curandeiros de meia-tijela.
Se fossem sapateiros ninguém lhes dava um par sapatos para pôr meias-solas.
Elucidativa é a atitude do presidente da Ordem dos Médicos: quer baralhar tudo (com atitudes de um zé-roberto de feira) com o fogo-fátuo da objecção de consciência.
Mas quantos médicos é que têm consciência, além da inata? A adquirida não é de certeza a consciência que se espera de um médico.
O dito cujo, de quem nem sei o nome nem me interessa (bastava ir à net), não passa de um caciqueiro à moda do século XIX: um personagagem zurzido por Camilo!
Será que os médicos, os Médicos, se revêem neste "aristocrata troglodita", saudosista dos Távoras.
De uma coisa tenho a certeza: se foi bom profissional (do que dúvido, porque quem pensa como ele ainda vive no tempo da anestesia com clorofórmio) de certeza que nunca foi boa pessoa.
Nem sabe o que isso é e tem vergonha de quem sabe.
Para ele, estou certo, ser bonzinho é dar uma moeda ao arrumador (mas espera que esse gesto magnânimo evite uma riscadela no carro).
Como é que este senhor convive nos congressos com os verdadeiros médicos de outros países e de outros continentes.
Mas, o mais interessante, é que ele, com todos estes atributos é, de facto, o melhor representante da classe médica.
Tiro-lhe o chapéu, porque ninguém interpreta melhor o modo inqualificável como os dótores exercem a sua profissão.
Nunca a classe médica desceu tão baixo, pensando que nunca esteve tão acima.
Elogiando-se a si próprio...
Elogiando o BE e criticanto o PCP... (*)
Elogiando José Sócrates... (*)
Assim se chega aonde?
(*) Em 1940, Cunhal é escoltado pela polícia à Faculdade de Direito, onde apresenta a sua tese de licenciatura em Direito, sobre a temática do aborto e a sua despenalização o que era já alvo muito avançado para a época em questão. Apesar do ambiente pouco propício, a sua tese foi classificada com 16 valores (num máximo de 20 possíveis).
[da Wikipédia]
Boa!
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