Estamos a dois meses das eleições. Bush pode dar uma cambalhota se o candidato da direita ganhar. Mais de 24 sondagens favoráveis para Sarko. Ségo muda de táctica(s) a um ritmo alucinante. O Libé tem trazido os melhores artigos contra um Le Monde muito circunspecto.
Dominique de Villepin trocou as voltas a uma audaciosa pergunta do correspondente do Financial em Paris: quando tudo se preparava para declarar o " apoio " ao candidato da direita republicana Sarkozy, à última hora congelou a expressão dos seus desejos. Ontem no Jornal da France 2, furtou-se a dar uma resposta convincente. Entretanto, o Canard Enchainé desta semana conjectura que " podem " haver negociações entre Villepin e Sarkozy, e Dominique aparecer como candidato da Direita nas eleições para a câmara de Paris. Golpes de rins e golpes de bluff. Essa a tónica desta pré-campanha siderante, mas onde aparecem elementos de alta valia: o chefe da campanha de Sarko, Claude Guéant, e a equipe mediato-comunicacional de Ségolène Royal que a instrumentaliza a galope e lhe tirou aquela terrível sensação de madona-só-boa-para a cama... que fez psichiit nas últimas três semanas.
GW Bush estará a calcular as suas chances de prolongar o final abracadabrantesco do seu mandato? Com a Angela Merkel no " papo", um Prodi favorável ao aumento das bases americanas na Península, seria ouro sobre azul se Sarko ganhasse as enormíssimas prerrogativas de PR gaulês. Será que Sarko vai ter " massa " a rodos para seduzir, melifluamente, o seu eleitorado, que vive com o coração apertado pelos problemas causados pela Globalização e o inferno das deslocalizações? Quem está disposto a passar um cheque-em branco a um puro produto da direita francesa, arrogante e parisiense, qb?. A mulher, que tinha roubado a um amigo no dia do casamento deles, virou mandatária-operacional total. Ao oposto do François Hollande, o companheiro de Ségò e pai dos seus quatro filhos.
Face às dificuldades na passagem pública da mensagem programática de Ségolène Royal, ontem foi anunciada a constituição de um super-comité de apoio para o " Pacto Presidencial ", onde os jospinistas - a rival Martine Aubry, Jean Glavany, o maire de Paris - podem entrar na sequência da entronização de Lionel Jospin, o candidato perdedor de 2002, no referido areópago de cúpula da campanha socialista mais abrangente, onde Strauss-Khan e Fabius, patrões de tendência, também ajudam no " forcing". Vão ser dois meses exaltantes, portanto. O Le Monde tenta um equilíbrio perigoso, já que o seu presidente do directório, Alain Minc, é cúmplice há anos de Sarko e do seu patrono Balladur. O Libé. que tenta salvar os " móveis " tem sabido ultrapassar as " minas e armadilhas" e revela, ao nível da sua direcção sob a batuta de Laurent Joffrin, ex-Nouvel Obs, um apoio crítico muito inteligente a Ségo.
FAR
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