Mitterrandistas históricos aderem a Sarkozy: Enrico Macias, o cantor argelino chouchou do antigo Pr. , o jornalista glamour George-Marc Benamou e o antigo ministro da Indústria de tonton , o multifacetado Bernard Tapie...Também Alain Bauer, um maçon rocardiano de alta voltagem faz parte do lote.
No primeiro Mundo, os war rooms da manipulação sofisticada não deixam nada ao acaso. Jacques Séguèla, o mundialmente célebre publicitário multiplicou por três os conselheiros
de imagem da sua aposta-fétiche, Ségolène Royal. Falta de agenda diária, breakdown na principal redactora dos textos da candidata e uma gigantesca descoordenação parecem obrigar o estado-maior da campanha a " cerrar as fileiras". Bernard Kouchner, o french doctor criador dos Médecins Sans Frontières, disse ontem na TV, que esperava para ver os tópicos essenciais da campanha, e depois entraria nela ou não. Um dos políticos mais populares de França a dizer isto, alto e bom som, diz bem do estado de crise anunciada que se vive nos meandros do estado-maior da candidata, que por acaso é concubina do líder do PS, partido que a apoia.
O Le Canard Enchainé noticia hoje que uma antiga secretária parlamentar de Ségo, Evelyne Pathouot, que desembala pormenores picantes das viagens políticas da patroa e reclama alguns ordenados em atraso. O Figaro, sentiu o efeito da estória, só que Pathouot esta inscrita agora no partido de Sarkosy e assessora dois deputados do partido que a recuperou. A propósito, o falhado candidato ecologista independente, Nicolas Hulot, que trabalha na TF1, a maior rede privada de TV francesa, ultrapassou um mau bocado porque a empresa deixou de lhe pagar quando ele " ameaçou" candidatar-se, situação normalizada agora pela desistência efectiva do projecto que tentou liderar.
Por fim , neste arranque monumental da pré-campanha, atenção especial para a apresentação oficial do programa de Ségolène Royal no Domingo, 11, num polidesportivo nos arredores de Paris. A central de Comunicação de candidata foi entretanto reformulada: Aurélie Filippetti assume agora o comando, por causa do surmenáge da anterior " caneta " de Ségo., Sophie Bouchet-Petersen. O grande prémio de Literatura da Academia Francesa, Erik Orsenna, vai assumir o talcargo. E na Pub-Com, Séguèla parece ter contratado mais adjuntos, Devarieux-Villaret, e a norte-americana Natalie Rastoin foi recambiada.
Portanto, o que se assiste é a uma monumental Feira de Vaidades, onde os intelectuais e os publicitários-comunicadores jogam a pele e tentam extrair o máximo de notoriedade. Veja-se o caso, singular e emblemático, de George-Marc Benamou, o jornalista -vedeta que tinha criado com Bernard-Henri Lévy e os amigos do costureiro Yves Saint-Laurent, a mais audaciosa das revistas políticas do último quartel do séc. XX, a mítica Globe, em papel-couché e com um arriscado projecto editorial de uma extravagância inimaginável para os suporters de um Presidente eleito pela Esquerda... Plural. Benamou fez o que quis, foi o testamenteiro das memórias privadas de Mitterrand e caiu num buraco sem fundo... onde o Nicolas Sarkosy o foi recuperar agora.
FAR
Sem comentários:
Enviar um comentário