Contrários à direcção das linhas das tábuas de madeira, estão sobre elas os ossos das pernas com a sua "cheieza" demorada, em vida. Desde o chão é admirável o piso tão macio do tecto, tão imensamente desnudo de objectos, na sua brancura faustosa esquecida de sombras. Faz-nos sentir menos empobrecidos. Não se entende como tem a mesma extensão do onde estão pregadas, as tábuas bem assoalhadas e as pernas sobre elas. O restante do corpo também lá está, nessa rasia de mundo abaixo do nível dos assentos do sofá. As portas agigantam-se em altura, sem nada apontar. Não é facilmente que se é vizinho não apenas do pó mais anónimo que se possa conceber mas também de areias com cor de longes e insectos armados com os seus modos tão mais pequenos. Parece que colapsam se não tiritarem de ocupações. Compreende-se, que estes seres não tenham joelhos. Não sabem da posição sentada nos seus cansaços.
Quanto às humanas pernas... É preciso algum tipo de relâmpago a devorar gulosamente estabilidades já estreitas por si ou então uma ardente alegria que teima em ficar antiga numa afiada tristeza, para se estar assim, caído no chão como uma qualquer folha, que se tenha unido ao vento.
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