terça-feira, 5 de junho de 2007

Da Conferência dos 8 Governadores

Olá!

Já cheguei a Kuhulunsgborg, ao lado de Heiligendam onde os 8 Governadores, conhecidos por G 8 se vão reunir.
Khuhulungsborg está à beira do mar Báltico mas está a chover e o condutor de um autocarro alemão que transporta à borla os jornalistas dentro desta pequena cidade disse-me que vai chover todo o tempo. “Para molhar os atira pedras”, disse-me ele num inglês a fazer lembrar o Schwarzenegger.
No aeroporto de Munique o alemão que me atendeu para alugar um carro também não se mostrou muito simpático com os “atira pedras”. Disse-me que agora os manifestantes vão de um país para outro “só para atirar pedras”.
“Na Inglaterra os alemães, os italianos, os franceses atiram pedras. Na Alemanha os italianos, os ingleses e os franceses. Só gostam de atirar pedras e viajam de um lado para outro por causa disso”, disse-me para tentar justificar a pancadaria em Rostock.
Eu tive que imediatamente lhe dar uma lição sobre os benefícios da globalização, entre as quais se conta a de se ter manifestantes antiglobalização totalmente globalizados.
Os manifestantes estão hoje bem organizados. Telefone celular, comboios chartered, sites na internet. E depois ainda se queixam contra a globalização. A sua organização é de admirar. Não tem nada que ver com os tempos em que a malta saía à rua para gritar palavras de ordem contra os americanos e andar à porrada com a polícia. Agora a malta sai à rua para andar à porrada com a polícia, gritar palavras de ordem contra os americanos mas prepara tudo bem preparadinho. Logo à minha chegada ao centro de imprensa foi-me posto na mão um livrinho de 18 páginas em inglês outras tantas em alemão e mais duas com mapas com o programa da manifestações! Posso-vos já dizer que quarta-feira é o dia do “bloquear o G8”. Para tal vão tentar bloquear estradas de acesso a Heiligendam e Kuhulunsborg e levar a cabo manifestações. Vai dar porrada de certeza.
A caminho aqui de Kuhulungsborg vi muitos manifestantes a pé com um ar de perdidos no meio das zonas rurais. Um das coisas boas das cimeiras dos Oito Governadores é que são em sítios isolados pelo que são de uma beleza pouco vista. Estradas pequenas, vilas com gajos em camisola interior no jardim onde ninguém fala inglês. Porreiro.
Kuhbulugsborg é porreiro. Cheio de restaurantes, pensões e pequenos hotéis. O centro de imprensa está à beira mar. Cerveja à borla, comida à borla, telefone à borla para qualquer parte do mundo.
Como sempre está cheio também de organizações missionárias (as chamadas Organizações não governamentais). Estou aqui há quatro horas e já fui abordado por quatro delas a convencerem-me a fazer entrevista. Para os afugentar digo que só faço entrevistas em português. Houve uma pessoa de uma organização chamada CAFOD (verdade!) que disse que arranjava alguém que fala espanhol. Fingi-me ofendido. (CAFOD significa Catholic Agency for Overseas Develoment e não é verdade que tenha uma subsidiária chamada LAFOD)
Tenho que me ir embora porque tenho que ir fazer a cobertura de um bar onde estão a servir champanhe à malta de imprensa. À borla. Deve ser para celebrar o facto de que dos dois mil jornalistas muito poucos vão ver os Oito governadores.
Eu para quarta-feira já arranjei uma tour à “histórica Wismar”. Não sei o que é mas prometeram um almoço à borla. Lá vou cantando e rindo.

Abraços
Da cimeira dos Oito Governadores

Jota Esse Erre

1 comentário:

Táxi Pluvioso disse...

Não são Governadores são Gurus. O chão que eles pisam, tal como a relva onde se joga importantes desafios, deveria ser cortado aos quadrados para que a população do mundo tivesse oportunidade de beijá-lo.