Isto já vem a desoras.
Até porque amanhã eu tenho de me levantar cedinho, muito cedinho, para a minha jornada de produção e há-de haver muito cidadão que se deixa ficar entre lençóis 'mais um nadinha' aí até às dez da matina.
Mas é que me incomoda ir para a cama sem ripostar.
Fez-se, a partir de 25/4/74 um Estado Social.
Bem, quer dizer, mais ou menos, assim assim, pois...
Dá ideia que sim. Bem vistas as coisas até se nota um certo bem-estar. Carros aos montes a atravancar as estradas, malta nos restaurantes e cafés, o Algarve cheio, montes de construção civil, os imigras a fazer os trabalhos que a malta não grama nada fazer. E os putos? Os putos, pá, já nem dá pra distinguir se são da França, da Inglaterra ou da Alemanha.
Muito fixe, pá.
E os pobres?
Os pobres, pá, os pobres são mais que muitos. A malta não os vê, pá, porque agora não andam por aí a exibir-se.
Falemos sério e a sério: falemos sobre as desigualdades.
Um neto do senhor Mário Soares parte com vantagem, há-de chegar longe porque tem "a mão por baixo". E vem ele dizer que não acredita em Deus, ele que nem lhe agradece o facto de ter um descendente que vive num mundo já próximo do Paraíso.
É que não é bem a mesma coisa. O Domingo na Amora a passear pelas ruas sujas e o mesmo Domingo no ambiente cosmopolita e eclético de Nafarros.
Não pretendo que todos tenham Nafarros, gostava apenas que muitos pudessem ter algo mais que o horizonte triste e limitado da Amora.
A desigualdade que cada vez mais se revela na nossa Escola. Uma Escola que se centrou numa questão de dinheiro, de classe social.
Este senhor teve responsabilidades ao mais alto nível neste país, não mexeu uma palha para que o estado de coisas se alterasse.
Escrevo o seu nome numa ostra.
9 comentários:
Fernando:
Falemos sério e a sério. A Escola de hoje é melhor que a de ontem e é para todos. Nisso MS tem responsabilidades.
Quanto ao resto costumamos estar de acordo.
Vamos falar sobre a Escola?
Bora nessa!
Meus caros: Para ultrapassarmos a grave crise- uma das maiores de sempre da história de Portugal- vamos usar o raciocínio, o afecto e a coragem de lutar no duro. Hei-de escrever sobre países admiráveis como Israel, a Coreia do Sul, as Filipinas, o Japão e a própria Alemanha- que dos destroços se erguerem e vao na dianteira. O Soares tinha gravastas muito grandes mas, com o seu onchalence, por certo que viu o que os outros faziam( e fazem). Muito Ensino, muita Cultura a sério- sem gravatas nem doutores de aviário- e Humildade, a coragem dos fracos que se fazem-fortes. Portugal nisto tudo? Zéro! Tirando Sena, Saramago, Vieira da Silva e Ramos Rosa...nada de nada.E o vazio cresce a modos que arrepiantes.Israel tem empresas no NASDAQ americano, Taiwan rouba engenheiros seniores electrónicos ao Japão... FAR
Errata: gravatas e nonchalence. Ok? FAR
Subscrevo o ostrakhon ao douto Pater Patriae Mário Soares.
Epá...é tão fácil dizer barbaridades anonimamente...epá...
Eu também acho que este país está lentamente apodrecendo...mas dizer como disse o caro anónimo acima: "a grave crise- uma das maiores de sempre da história de Portugal-" - acho exagero...Caro sr. Anónimo: vá estudar História de Portugal. Procure especificamente, algures no séc. XIX, o capítulo acerca de Fontes Pereira de Melo e o decreto da conversão da dívida...isso era crise...
Mister Marat: V.Excia é que usa pseudónimo, eu assino de cruz com o meu nome. E viva a polémica. Com a Mundialização, o Banco Central Europeu e os novos sintomas de nacional-proteccionismo das élites politico-partidárias do Núcleo Duro da União Europeia, a cena portuguesa da Desconvergência estrutural pode criar uma situação mais do que aterradora... Conheço o livrinho da Filomena Mónica sobre o engenheiro militar Fontes, prodigio de vontade e modelo de político anti-corrupção de alta voltagem, mas os feitos da britânica Mundialização tinham outras voltas e havia as colónias como caução...quimérica.Eu defendo uma visão acima da actualidade mundial, onde a Coreia de especializou na Construção Naval, Israel na electrónica e no software, as Filipinas no têxtil; e tudo isso nos últimos 10/15 anos, clusters onde Portugal deu algumas cartas, há 25/35 anos. O historicismo às vezes esconde a realidade actual omnipotente, não é? Salut! FAR
Salut, FAR!
Armando:
a Escola pública é cada vez mais um 'lugar' e mal frequentado...
E MS tem responsabilidades nesta matéria. Tem e grande.
A Escola Pública que tens hoje é um lugar de degradação. Não é o sítio onde podes fazer a diferença.
Comecemos a conversa.
Fernando:
Aceito o repto. Publicarei uns posts sobre a Escola. Peço só uns dias, para não faltar à promessa.
Prometo defender o "eduquês". Não sei se vou ter o engenho e arte para bem defender MS.
E estou contigo quando dizes que é cada vez mais um "lugar" mal frequentado. Sabemos que os alunos estão isentos nessa tua apreciação.
Continuemos a conversa.
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