terça-feira, 6 de maio de 2008

Filme sobre Gérard Lebovici realça iconoclastia de Debord

" Lebo, luz e sombra" é o filme destacado hoje pelo Le Monde, realizado pelo cineasta Thierry Bourcy. O facto de Lebovici ser um dos icônes maiores da ultra-esquerda francesa e mundial, merece o destaque. O filme narra algumas facetas do magnate inolvidável dos anos 70 , que parece ter seguido aquele conselho do divino Marquês- " sem livros de referência, só se escrevem contos de fadas…".

" Este século não gosta da verdade, da generosidade, da grandeza. Ele não gostava, portanto, de Gérard Lebovici, que atraia ainda mais inveja rancorosa por causa da sua liberdade de espírito e da sua cultura: Ele tinha muitos inimigos, por conseguinte; já que, " enquanto durar este mundo ao contrário a passar por real"( Marx), as mais raras qualidades passam pelos piores dos defeitos ", narra Debord no seu livro-evocação sobre a morte do editor e mecenas. Lebovici foi morto na garagem do seu apartamento em Paris XVI, a 7 de Março de 1984 . Nunca se descobriu a autoria do seu assassinato .

FAR

LE MONDE | 05.05.08 | 17h11

Un homme, un film. L'homme s'appelle Gérard Lebovici, le film La Société du spectacle. Qu'est-ce qui les lie ? L'auteur du film, Guy Debord, leur amour commun pour les enfants perdus, leur horreur des fièvres factices, et leur combat subversif contre l'assujettissement à l'économie capitaliste.

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http://www.lemonde.fr/culture/article/2008/05/05/un-portrait-de-gerard-lebovici-createur-d-artmedia-et-ami-de-guy-debord_1041348_3246.html

4 comentários:

Anónimo disse...

Quanto mais não fosse por nos recordar da genial definição deste "mundo ao contrário a passar por real", já este post era de assinalar. Falar de Lebovici e de Debord é referir "la crème" do pensamento europeu no século XX. Não admira, pois, o muro de silêncio que se levanta contra gente desse gabarito.
José Pinto de Sá

Anónimo disse...

Hello, JP de Sá: E a do divino Sade, a de que, "para escrever, é preciso ler muito- na prisão de Vincennes perdeu mais de 600 livros...-caso contrário, só se conseguem escrever...contos de fadas"? Fabuloso, com a visão profética!
Do livro do Debord sobre a morte do Lebovici, quase todos os parágrafos são citações para usar em todas as circunstâncias. Esta: " Il est beau d´avoir contribué à mettre en faillite le monde. Quel autre succès méritions-nous? ". E mais esta: " Que tout finisse par la réussite, les concessions et les pauvres récompenses de la réussite, voilà ce qui est contredit par l´histoire de centaines de tentatives révolutionnaires çà et lá. On ne peut le dire en tout cas de L´Internationale Situationniste".
Moral provisória: As coisas são o que são; e o sistema e as suas grilhetas podem muito. Só que um Blogue devia escolher jogar Contra-a-corrente, claro. Salut! FAR

Anónimo disse...

Quinta-Feira, 8 de Maio: Corram a ler o artigo( e comentários ) de A.C. Leonardo no blogue meditaçãonapastelaria sobre a saída do livro de Jappe, na Antígona, sobre Guy Debord. Corram, e digam de v.justiça!!! FAR

Anónimo disse...

O Lebovici, homem de negócios, era o mecenas do Debord, tal como o Doutor Manuel Vinhas em relação ao nosso Luís Pacheco.