Pediu a mais nova que lhe pintasse o quarto de Van Gogh.
Ela fisionomou umas estranhezas, enquanto contabilizava os seus parcos meses de namoro confuso, com a pintura.
Em jeito de filha arredondou-lhe os receios, com um tamanho de sorriso com casco de navio, porão arejado e convés com vistas largas para todos os mundos sem chão e parede até ao tecto.
A mãe mobilou-a de antecipações, de estórias besuntadas com vírgulas de verdade, de detalhes sem silêncio, coisas preciosas de mãe para sempre.
Por encomenda a laça realidade, de modo algo encadeada com um ideal.
O arrumado quarto de Van Gogh no seu quarto.

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