Era uma oportunidade que a extrema-direita não queria perder, como era previsível. Os confrontos de ontem na Dinamarca, originados devido à polémica das caricaturas, foram a prova disso. E a grande preocupação do Governo e da polícia foi para que não fossem queimados exemplares do Corão, o livro sagrado muçulmano, como relata The Copenhagen Post. O Islam on-line também dá conta da preocupação dos muçulmanos dinamarqueses e dos vários avisos que fizeram. O francês Le Monde revela a apreensão de Bruxelas e dos principais governos europeus pelo desenrolar desta situação. Os líderes da europa dos 25 condenam todos os activistas que queiram denegrir qualquer religião, de maneira ofensiva.Hoje os protestos vão continuar no mundo árabe. No Líbano, já se verificaram confrontos entre manifestantes e policia, revela a Reuters. Ontem, também foi dia de sair à rua. As embaixadas da Dinamarca, Noruega, Suécia e Chile, em Damasco, foram o alvo da ira dos manifestantes enfurecidos, qua acabaram por as incendiar, relata o DN. A Conferência Islâmica também já tomou posição e quer que a Assembleia Geral nas Nações Unidas organize um debate urgente sobre a questão, e exige uma resolução a condenar as caricaturas, revela a Saudi Press Agency. As ameaças mais radicais também não podiam faltar. Numa entrevista ao jornal italiano Il Giornale Mahmoud Zahar, dirigente do Hamas, considerou que "devíamos matar todos aqueles que ofendem o Profeta mas, em vez disso, estamos a protestar pacificamente".
Desde a polémica que envolveu Salman Rushdie e os seus Versículos Satânicos, nunca o ocidente e o mundo árabe se tinham insultado desta forma. Isto pode ser uma antevisão de situações mais graves, caso não se consiga conter esta escalada de violência e de ódio mútuo, considera o The Times




















Mozart nasceu em 1756 e comemoram-se agora os seus 250 anos. O programa de festas é grande e há que aproveitar o máximo. É um dos músicos mais geniais de sempre. Quem gosta deste género de música, sabe que tudo é bom em Mozart. A harmonia, a beleza e o romantismo das suas composições são inconfundíveis. A minha proposta vai para uma ópera. "Cosi fan tutte" foi composta entre 1789 e 1790 e, juntamente com "As Bodas de Fígaro" e "Don Giovanni", faz parte da trilogia feita com o libretista, ex-padre e libertino Lorenzo da Ponte. O tema da ópera são as mulheres e a sua inconstância quanto à fidelidade conjugal. A sua apresentação gerou um forte escândalo naquele tempo e só regressou aos palcos já em pleno século XX. A sua audição combina bem com um cognac ou aguardente velha, numa noite fria.


