sexta-feira, 14 de abril de 2006

Cais do Sodré pela voz do fadista

O cais do Sodré não é
só bares de prostitutas
também é gente a alombar
caixa de peixe e de fruta
não é só o mal que passa
na kandonga do Japão
também é cais onde embarca
quem busca no mar o pão.

O cais do Sodré não é
só rusga que vai e vem
também é gente que mora
num largo que há muito ali tem
gente com filhos mulheres
e a renda da casa em dia
gente que apenas trabalha
e no trabalho confia.

O cais do Sodré não é
só refúgio de falsários
também é gente, guindastes
movidos pelos operários
não é só amor que passa
na Kananga do Japão
também é cais onde embarca
quem busca no mar o pão.

Ai cais do Sodré
mais vale parecer
que ser o que é
ai cais do Sodré
nem todo o sapato
te serve no pé.
Rodrigo

Da Capital do Império

Olá!
Na Segunda-feira foi dia de manifestações aqui na capital do império e através de todo este vasto país imperial.
Mas que diferença das manifestações da velha França. Aqui na capital do império o ambiente era festivo, a língua mais falada era o espanhol (com sotaque colonial bem sei) e o principal foco dos manifestantes era este: Queremos trabalhar, queremos o direito àquele documento que nos dá o direito a trabalhar.
Na Europa, diz Diana Furtchtgoot Roth, uma economista, os franceses querem “mais protecção dos seus empregos”. Aqui “ninguém pede protecção contra ser despedido”.
Não há “direito” ao emprego nos “states”. Os americanos (e pelos vistos os imigrantes que aqui chegam) olham para as empresas onde trabalham do ponto de vista económico, os europeus como uma fonte de benefícios. É uma das grandes diferenças culturais que talvez explique a incredulidade e risos de surpresa dos yankee com o conceito de quatro ou cinco semanas de férias e 14 meses de ordenado. (Noto as vezes uma certa inveja no entanto, principalmente entre a malta mais jovem)
Aqui na capital do império a manifestação de Segunda-feira era um mar de bandeiras americanas (imagine-se!), salpicadas aqui e ali por bandeiras de El Salvador, da Guatemala de onde vem a maior parte dos imigrantes legais e ilegais que chegam a esta cidade. Noutras partes dos Estados Unidos são do México, da Bolívia ou mesmo do Braziu.
Em todas essas cidades muitos desses imigrantes amontoam-se pela manhã em certas esquinas à espera de serem abordados por capatazes de construção, firmas de jardinagem e outras para trabalharem durante um dia ou semana ou mês.
Outros vão para estados como as Carolinas do norte e do sul onde os aviários e a industria da carne de porco passaram no espaço de dez anos a ser quase que totalmente monopólio de trabalhadores da América Latina.
Com a economia quase que a pleno emprego há sede de trabalhadores aqui na sede do império e eles chegam legal e ilegalmente aos milhões. O ano passado os serviços de fronteira capturaram um milhão e duzentos mil ilegais a tentarem atravessar a vasta fronteira com o sul. Quantos entraram? Ninguém sabe. As estimativas são de que há neste momento nos Estados Unidos 11 milhões de ilegais. Legalmente imigraram para os estados Unidos em 2003 pouco mais de 600 mil pessoas um dos números mais baixos dos dez anos anteriores. (Em 1991 o numero foi de 1,8 milhão). Mais de 31 milhões dos habitantes dos Estados Unidos nasceram no estrangeiro. É 11,1% da população do país
Há problemas claro. De integração, de municipalidades que se vêm subitamente “invadidas” por um exército de estrangeiros que não sabem a língua, com filhos a terem que ir para a escola, a precisarem de assistência médica.
Mas aqui a flexibilidade é notória. Municipalidade tem escolas primárias e secundarias especializadas em fornecer ensino “em inglês como segunda língua” e há cursos universitários para professores do ensino secundário especializados em ensinar pessoas de “uma segunda língua”.
A polícia, as empresas, as repartições públicas procuram avidamente pessoas bilingues para responder a essa necessidade. Falar espanhol hoje aqui é uma vantagem no mercado de trabalho. Basta olhar para os anúncios. No meu banco as caixas automáticas são em inglês e espanhol. Grande número dos empregados são “hispanicos” porque vivo numa zona de grande penetração salvadorenha.
A mobilidade é algo de vislumbrante. O número de negócios nas mãos de “hispanicos” cresceu 31 por cento entre 1997 e 2002 gerando 222 mil milhões de dólares de rendimentos em 2002.
São números que devem fazer pensar. Aqui e principalmente aí.
Que fazer de imigração? Dentro de 25 anos o número de europeus em idade de trabalho vai cair em sete por cento enquanto o número de pessoas com mais de 65 anos de idade vai aumentar 50%.
Sendo o mercado de trabalho para pessoas com mais de 60 anos de idade muito pequeno uma possibilidade seria aumentar a idade de reforma mas isso, nem pensar. É olhar para o que se passou recentemente na Franca.
A possibilidade de mais imigração para resolver o problema não será para já apoiada por ninguém aí. Culturalmente os países europeus nunca se identificaram como países de imigrantes, enquanto aqui o debate centra-se em redor em saber como é que “um país de imigrantes” pode impedir a entrada de mais imigrantes. Ao fim e ao cabo os primeiros europeus a chegarem aqui não tinham visa de entrada….
Mas aí é preciso começarem a perguntar: Que fazer? Estatísticas da União Europeia indicam que até ao ano 2010 as mortes vão exceder os nascimentos na União Europeia.
Até 2013 a população de Itália vai começar a entrar em declínio; no ano seguinte será a vez da população da Alemanha começar a cair.
Uma estatística interessante é que aquele que diz que entre 1991 e 2002 o número de imigrantes franceses nos Estados Unidos subiu 44 por cento para 88.287. Mas isso é o número oficial. Ninguém acredita nele. A diplomacia francesa diz que na verdade neste momento nos estados Unidos há 267 mil franceses. Indicando que na verdade o aumento da imigração francesa para os “states” é muito maior do que os 44% oficiais.
Outro dia uma estação de rádio local transmitiu uma reportagem sobre o crescente número de imigrantes holandeses (!) em Nova Yorque.
Faz pensar, não é? Eu entretanto já estou a aprender espanhol…é o único meio de falar com o carpinteiro que me veio arranjar o telhado. E com o canalizador que veio outro dia e vejam lá não era polaco. Era salvadorenho e todos aqui na vizinhança gostam muito dele.
O vosso amigo na capital do império,

Jota Esse Erre.

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Pequenas coincidências

No dia em que o petróleo, pela primeira vez, ultrapassa os 70 dólares por barril, não será demais lembrar que este boom dos preços acontece por razões estritamente políticas, e que coincidem com uma administração dos EUA em que quase todos estão ligados ao negócio petrolífero.

Os extremos não se tocam

O Ministério das Finanças fez hoje saber que, em 2005, nunca se cobraram tantas dívidas fiscais. Atingiu um recorde: 1,4 mil milhões de euros.
Ainda hoje, também o petróleo atingiu o valor máximo de sempre. Em Nova Iorque o preço do barril cotava-se a 69,17 dólares. Em Londres, o Brent, que não quis ficar atrás, atingiu o valor mais elevado da sua história, e chegou aos 69,71 dólares.
Ao chegar a casa, dirigi-me à minha caixa do correio. Tinha uma carta, só uma, meia avermelhada. Era do BCP Millenniun. Lá dentro a noticia não podia ser pior. O saldo da minha conta estava no vermelho, com um mínimo histórico.
Há qualquer coisa que não vai lá muito bem ou sou eu que estou a passar uma fase má?

Beckett, ano 100

Samuel Beckett
Nasceu a 13 de Abril de 1906
*
"O hábito é o balastro que prende o cão ao seu vómito. Respirar é um hábito. A vida é um hábito. Ou melhor, a vida é uma sucessão de hábitos, porque o indivíduo é uma sucessão de indivíduos. Hábito é pois o termo genérico para os inúmeros contratos celebrados entre os inúmeros sujeitos que constituem o indivíduo e os seus inúmeros objectos correlativos. Os períodos de transição que separam as consecutivas adaptações, representam as zonas perigosas na vida do indivíduo, perigosas, penosas, misteriosas e férteis, em que, por um momento, o tédio de viver é substituído pelo sofrimento de ser."
Samuel Beckett, in "À Espera de Godot", 1952

quarta-feira, 12 de abril de 2006


Ilustração de Ivone Ralha

(...)
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
(...)

António Carlos Jobim e Vinicius de Moraes

Os espinhos de Romano Prodi

Mesmo com a vitória da esquerda, a Itália continua longe da pacificação. A fractura social e partidária continua visível e longe de se atenuar. Logo que Romano Prodi tome posse, espera-se que tome medidas para lutar contra as grandes disparidades entre níveis de desenvolvimento regional e de riqueza. No entanto, não terá tarefa fácil. L`Unione, a coligação liderada por Prodi, é um melting pot estranho. Vai desde os católicos centristas de Ruteli, passa pela Rifondazione Comunista, e vai até aos radicais de Emma Bonino. Isto só para falar em alguns dos grupos coligados. Orçamento e política fiscal são à partidas dois pontos que podem gerar discórdia. De recordar que a Itália tem défices orçamentais excessivos há quatro anos. Em 2005, foi de 4,1% e em 2007 termina o prazo para colocar o défice nos 3%. Como se vai convergir sem abrir brechas na coligação é uma incógnita.
Como nota de rodapé, Berlusconi já pode voltar aos prazeres da carne. Em Janeiro passado, na Sardenha, prometeu a um padre local abster-se de qualquer actividade sexual, até ao desfecho eleitoral. Mas ao não querer aceitar os resultados do plebiscito, das duas uma: ou não lhe apetece voltar para o leito conjugal e está bem com a coelhinha que entretanto arranjou, ou toda esta confusão eleitoral consumiu-lhe completamente a libido. Em breve se conhecerão mais detalhes, ou não seja ele o Alberto João Jardim italiano.

terça-feira, 11 de abril de 2006

segunda-feira, 10 de abril de 2006

Villepin não quis ter o fim dos Beatles

Paul McCartney anunciou o fim dos Beatles no mesmo dia em que Dominique de Villepin anunciou o fim do CPE. O 10 de Abril de 1970 foi um dia triste para uma geração que cresceu ao som dos quatro de Liverpool. A 10 de Abril de 2006 o dia é de alegria para os milhões de jovens franceses que viram a sua luta sair vitoriosa. Em 1970, Yoko, que não ia muito à bola com Linda por a achar demasiado straight, acusou-a de dividir o grupo não ter oferecido a John uns uppers quando em Fevereiro esteve internado numa clinica de desentoxicação. Na mesma linha está a mulher de Nicolas Sarkozy, que não morre de amores pela cara metade de Villepin E já começou a experimentar roupas novas a condizer com o cargo de primeira dama. Só para sentir o Feeling, um impulso que lhe deu virado para uma música muito popular nos anos 70, mas que nada tinha a ver com as quatro cabeleiras do pós-calipso. Estes já deixaram duas viúvas, os outros ainda não, mas já têm o resto da velhice assegurada.
Give Peace a Chance.

Pintura de João Azevedo

domingo, 9 de abril de 2006

ASSASSINOS

Nestes últimos anos apareceu uma nova classe social, os fumadores passivos, que subitamente descobriu que anda a ser bárbara e friamente assassinada pelos fumadores activos. Esta novidade, como todas as que fazem o mundo pular e avançar, nasceu nos Estados Unidos, onde rapidamente se impôs. A Europa, sempre renitente ao progresso, demorou a aceitar esta realidade. Pé ante pé, as sofredoras vítimas europeias foram ganhando espaço, até conseguirem ter voz nos media e na sociedade abstémia de nicotina. De repente, viúvas que sempre conviveram com defuntos fumadores em paz e harmonia, com a única queixa de serem obrigadas a lavar as cortinas com mais frequência, descobriram que afinal estiveram casadas com frios assassinos, e deixam no ar a suspeita que, se não fosse este convívio, não morreriam aos 90 anos, mas teriam a vida eterna garantida. A Irlanda, a Itália, o Reino Unido, a Espanha comovidas com tão silencioso sofrimento lá adoptaram medidas, umas mais vigorosas que outras, para defenderem as suas vítimas. Agora chega a vez de Portugal. A acreditar no que se lê, do cérebro sempre fervilhante do Dr. Correia de Campos sairá legislação que confinará os fumadores à rua e ao lar. Esta magnanimidade da legislação deve ser usufruída, enquanto é tempo. Virá o dia, em que a técnica de trabalhos domésticos se queixará das condições sub humanas de trabalho, intoxicada pelo fumo mortal da entidade patronal. Qualquer Tribunal de Trabalho aceitará a queixa e sentenciará pesada indemnização por danos irremediavelmente sofridos. Nessa altura só será possível fumar nas salas de chuto, que o ministro da Saúde fará proliferar por todo o território, usando os impostos dos assassinos, os fumadores.

MALOUD

Ella, na Malaposta. A não perder.

O Teatro da Rainha está no palco da Malaposta, em Odivelas, com a peça "Ella". Hoje é o último dia. Fernando Mora Ramos recorda a barbárie nazi a partir de um texto do dramaturgo alemão Herbert Achternbusch. Na próxima semana e no mesmo local, o Teatro da Rainha sobe de novo ao palco, desta vez com "Desconcerto Gin-Fónico", de Mário-Henrique Leiria.
Fly, Yoko Ono, 1970
Courtesy of Lenono Photo Archive
*
Mountains may move
River may run
But you make me be myself
You make me be
How do I tell you
How do I tell
You're the one
(Yoko Ono)
*
From: John Lennon, "Milk And Honey", 1984

sábado, 8 de abril de 2006

O submundo do mercado de trabalho

O destaque do Expresso de hoje não deixa de ser interessante. Denuncia o facto dos dados de contas bancárias de clientes do Totta estarem a ser processadas por tarefeiros, em regime de recibo verde, a trabalharem para uma empresa do grupo Reditus. Um deles disse ao jornal que tinha tratado “contas de figuras públicas, nomeadamente de Isaltino Morais e de Valentim Loureiro e tinha acesso a nomes completos, moradas, número de contribuinte, todos os movimentos de conta, etc.” Num país onde tudo se pode desvendar, bastando para tal saber mexer os cordelinhos junto de gente bem posicionada com contratos de tempo indeterminado, e onde o segredo de justiça é ignorado sistematicamente, isto mais parece uma não-notícia. Mas não é. No entanto, quando é revelada a relativa facilidade com que as empresas utilizam o chamado recibo verde como forma de contratação, vem-nos à memória os tempos em que Cavaco Silva era primeiro-ministro. Nessa altura, milhares de trabalhadores da Função Pública, empresas públicas e privadas eram mão-de-obra barata através da utilização sistemática dos tais recibos. Mesmo sabendo que era ilegal, uma vez que não havia uma prestação de serviços, mas sim trabalho subordinado. Ao que parece esses tempos estão a voltar. A Inspecção de Trabalho deve andar a fazer uns trabalhinhos para a Direcção-Geral de Impostos, talvez também a recibo, agora branco, à procura fugas ao fisco e de receitas para o Estado. E tudo indica que as aves de rapina do mercado de trabalho continuam em forma, a usar de forma vergonhosa quem anda à procura do primeiro emprego ou quem está desempregado.

sexta-feira, 7 de abril de 2006

Boulevard Duderot, Paris, France, 1968
Fotografia de Henri Cartier-Bresson
*
La Bruyère dizia que o homem que vive na indiferença,
é aquele que ainda não viu a mulher que deve amar.
Se quiser que alguém lhe faça o desenho, vá AQUI
e tire a sua conclusão.

Berlusconi:

Sono un coglione.

Daqui vai um abraço para Prodi.
John Kerry: ou há governo de Unidade Nacional no Iraque
ou devemos retirar-nos imediatamente


Democrata aponta para a saída das tropas "até finais deste ano"
aconteça o que acontecer...

O ex-candidato presidencial norte-americano ,John Kerry, escreveu um artigo no NY Times ontem onde desafiava a administração Bush a tomar a decisão de abandonar o Iraque, caso os líderes políticos daquele país não formem um governo de Unidade Nacional até 15 de Maio próximo; e, por outro lado, a segunda deadline aponta para- no caso positivo de formação do governo multipartido- a elaboração de um calendário prescritivo e monitorizado do processo de retirada das tropas americanas até ao final deste ano.

Kerry compara a situação dramática que se vive no Iraque hoje com o Vietname." Mais de metade dos militares mortos no Vietname- e que se encontram recordados para a posteridade no Memorial Wall- foram-no depois de os nossos generais saberem que a nossa estratégia militar não podia funcionar. Foi imoral nessa altura e torna-se imoral hoje se persistirmos em apostar na mesma quimera ", frisa.

O responsável democrata yankee aponta, por outro lado, que " os nossos generais já disseram que a guerra não pode ser vencida militarmente. Deve ser vencida políticamente. Nenhum soldado americano deve ser sacrificado por causa da recusa dos políticos iraquianos em resolverem os seus diferendos étnicos e políticos ".

Jonh Kerry diz que se trava uma terceira guerra no Iraque, no espaço de menos de quatro anos." A primeira foi contra Saddam Hussein e as suas supostas ADM. A segunda contra os terroristas porque, segundo a administração Bush referiu, era preferível combatê-los aqui do que nos EUA. Agora deparamos com as nossas tropas no meio de uma escalada de guerra civil".
Centrando a sua tese principal, o ex-líder democrata aponta: " Os políticos iraquianos devem ser informados de que devem formar um governo unitário até ao dia 15 de Maio, ou, caso contrário, devemos retirar imediatamente as nossas tropas. Se passados cinco meses das eleições legislativas ainda não se puseram de acordo, é porque talvez não o desejem realizar. A guerra civil só criará ainda mais dificuldades, e nós não temos outra solução senão partir".

FAR

quinta-feira, 6 de abril de 2006

 
Foto de José Carlos Mexia Posted by Picasa
The Supremes
Lourenço Marques, Rua Araújo, anos 60
Fotografia de Ricardo Rangel
*
Mas há vida para além de Barcelona e do défice. Há que seguir em frente. Mas para piorar as coisas, recebi hoje um e-mail de um credor, a pedir que o pagamento das contas em atraso. Respondi-lhe que estava em recuperação depois de uma forte angústia que ontem tomou conta de mim. Pedi uma dilação do prazo. Respondeu-me com uma citação enigmática de Juan Vives: "Infeliz o homem que não tem quem o admoeste quando precisa". Cheguei à conclusão que ainda não recuperei de Camp Nou. Vou-lhe dar nos cornos, pedir um atestado médico e meter baixa psiquiátrica. Ele antevendo que algo estava mal manda-me outra citação enigmática: "os ricos têm angústias, os pobres inquietações". Fiquei fulo. Ainda por cima insulta-me e chama-me pobre. Agora já não posso ter angústias, só inquietações? Desta é que o gajo não se safa. Vou pedir ajuda aos No Name Boys.

quarta-feira, 5 de abril de 2006

Foram 90 minutos dolorosos, frente a um televisor que teimava em dar as imagens que eu não queria. Qualquer treinador de sofá que se preze, sofre muito. Todos os meus colegas sabem disso. Hoje, vou adormecer assim.