segunda-feira, 13 de março de 2006

If I Were A Rich Man

Há muito dinheiro a rolar em Portugal. As Ofertas Públicas de Aquisição do BCP sobre o BPI e a da Sonae sobre a PT, os lucros que os bancos e empresas apresentam, revelam que, embora à nossa escala, em Portugal está a aumentar a concentração da riqueza. Nesse aspecto está em sintonia com o resto do mundo. As fortunas aumentam e os multimilionários são cada vez mais. De acordo com a revista Forbes, em 2006 há 793 multimilionários em todo o mundo, ou seja, mais 102 do que no ano passado. A revista justifica a situação com o crescimento da economia mundial. É claro que nós por cá não demos por nada. A não ser Belmiro de Azevedo, que continua a ser o único português na lista dos homens mais ricos do mundo. Como tem uma fortuna de dois mil milhões de euros, ocupa a posição 350.
Em 2006, os Estados Unidos são os que continuam a concentrar mais multimilionários. Bill Gates continua na liderarança, com 41,9 mil milhões de euros, logo seguido por outro norte-americano, Warren Buffett, dono da Berkshire Hathaway. A terceira posição vai para o mexicano Carlos Slim Helu, e em quarto lugar está o pai do Ikea, Ingvar Kamprad.
Mas há algumas curiosidades. A libanesa Hind Hariri, de 22 anos de idade, é a multimilionária mais jovem do mundo. Ela herdou 1,4 mil
milhões de dólares do pai, o antigo primeiro-ministro Rafik Hariri, que foi assassinado. Em 2006, a fortuna dos 23 multimilionários da Índia chega perto dos 100 mil milhões de dólares, ultrapassando já os seus concorrentes japoneses. O petróleo e o gás estão também a encher os bolsos no leste da Europa. Os 33 multimilionários da Rússia têm uma riqueza superior a 172 mil milhões de dólares e estão quase ao nível dos 11 multimilionários da Arábia Saudita.

1896: Lisboa em polvorosa com a chegada de Gungunhana

Manhã cedo, 13 de Março de 1896, o vapor "África" fundeia a meio do Tejo, frente a Cacilhas. Fragatas, canoas, botes, dezenas de embarcações a remos e à vela rodeiam o navio que largou Lourenço Marques dois meses antes.
Lisboa está em festa. Milhares de pessoas acorrem ao cais para ver o último trofeu de guerra da monarquia. É a "fera cruel", o "pesadelo de todos os governos portugueses", o "régulo sanguinário", como o classificam os jornais nos últimos anos. É Ngungunhane (Gungunhana na ortografia colonial) capturado por Mouzinho de Albuquerque em Chaimite, a 28 de Dezembro de 1895. Depois de horas de insistências, alguns jornalistas conseguem permissão de subir a bordo. Encontram o grupo de 16 prisioneiros a estibordo num exíguo espaço mal iluminado com dois patamares de beliches. Nas esteiras superiores está Ngungunhane com sete das suas rainhas: Namatuco, Machacha, Patihina, Xisipe, Fussi, Muzamussi e Dabondi. No beliche inferior amontoam-se Godide, filho primogénito de Ngungunhane, o régulo Matibejane e as suas três mulheres, o régulo Zixaxa, Molungo, tio de Ngungunhane, e Gó, o cozinheiro do imperador.
Ngungunhane está exausto e horrorizado. Desde a captura em Chaimite que receia o fuzilamento. Chora, implora, treme, esconde o rosto com as mãos, oferece tudo o que já não tem para obter a libertação, dinheiro, gado, ouro, marfim, escravos, terras. Aos que o rodeiam pergunta sem cessar: "Digam-me o que querem de mim. Vai morrer? Para que lhes sirvo eu? Deixem-me regressar que morro se não vejo as minhas terras", traduz o intérprete.
(…)
Quem assim acaba enjaulado como troféu de caça, humilhado e escarnecido, fora o senhor do segundo maior império de África do século XIX. Um império que no seu esplendor se espraia do rio Incomáti à margem esquerda do Zambeze e do oceano Índico ao curso superior do rio Save. Olhando o actual mapa político da África Austral, ocupa mais de metade de Moçambique, um pedaço do Zimbabwe e entra pela África do Sul. Tem uma população estimada entre 500 mil a dois milhões de habitantes de várias etnias.
Retirado, com a devida vénia, de "Vidas Lusófonas"

domingo, 12 de março de 2006

Sócrates, ano I

Tomou posse há um ano o XVII Governo Constitucional.
Diga-nos o que pensa:


1. Os gajos são porreiros e estão dar-lhe bem
2. Só nos faltavam mais estas melgas para nos complicar a vida
3. É como no Titanic, mas sem violinos
4. Tá-se bem, meu, vamos na calma
5. Situação e Oposição pró Iraque já!
6. O leque de opções é limitado e permite a manipulação
7. Estou com pressa. Mandem-me um e-mail.

Foi um espectro que lhes deu

Vasco Pulido Valente e Constança Cunha e Sá, donos e senhores do blogue O-Espectro”, fecharam o estore e mandaram à fava os seus milhares de admiradores e apoiantes. Li coisas tão emotivas e pungentes como, por exemplo, a de um "escritor principiante" escrever que amava o VPV...
Claro, que havia os sabotadores e claques da direita e extrema-direita a "saquearem" o espaço, em conúbio com o despudorado fascismo-pornográfico, que deita abaixo mesmo os mais duros e sapientes.
Viram como o blogue do Vasco Pulido Valente e da Constança Cunha e Sá acabou 24 horas depois de Aníbal Cavaco Silva ter tomado posse? A elite nacional é terrivelmente oportunista e leviana. Mesmo o VPV: com carreira feita e muito bonita, não perdeu a pitada de se associar com a "cobra" CCS para darem com os burrinhos na água... Eu segui a par e passo o folhetim. Até imaginei que fosse um renascer do amor entre os dois. O blogue vivia do VPV, da sua classe, loucura e inteligência microscópica. O resto são cantigas.
FAR

Debates pré-socráticos intemporais





sábado, 11 de março de 2006

Audi Santana A8 4.2 V8 Quattro

Santana Lopes vai comprar o Audi A8, o seu carro de serviço quando estava à frente do Município de Lisboa. Lopes, que até nem precisa de automóvel, quer por um ponto final à peixeirada iniciada desde a aquisição do bólide, que na altura, custou à Câmara 115.000 euros. E quer resolver de vez o assunto da melhor forma: com par de chapadas de luva branca a Carmona Rodrigues, aquele ingrato. E porque é um português igual aos outros, a viver intensamente a crise que atravessamos, até publicita que vai recorrer a empréstimo bancário. Para que não haja mal entendidos. Gente séria é assim. Quando a compra se concretizar, já estão previstas várias festas organizadas pelas suas santanetes. É que este fim de Inverno tem estado muito parado, logo “um horror” para a gente gira. Por isso, não perca as reportagens na imprensa cor-de-rosa.
O carro já foi por duas vezes a leilão por 62.500 euros, mas ninguém lhe pegou. De recordar que entre Março de 2003 e Março de 2004, Santana Lopes mandou comprar 11 viaturas topo da gama no valor de 600.000 euros. Nove Peugeot e um Lância Thesis, que custaram perto de 50.000 euros cada, e o tal Audi A8.

11 de Março de 1975



A cronologia dos acontecimentos AQUI
11 M
Madrid, 2004

sexta-feira, 10 de março de 2006

Regressa esta sexta-feira a Lisboa. Musical escrito por Chico Buarque em 1978, está de volta ao Coliseu de Lisboa até 18 de Março. É baseada na «Ópera do Mendigo», de Jonh Gray, e na «Ópera dos Três Vinténs», de Bertolt Brecht e Kurt Weil. Retrata a Lapa Carioca dos anos 40 e o ambiente boémio que se vivia então no Rio de Janeiro.

Três meses depois....

09.03.2006
*
A frase
"Se ele for eleito, as pessoas ficam sem saber quem manda no país, Cavaco Silva ou José Sócrates".

O pensamento
"Ou Cavaco Silva consegue fazer algo para que a situação do país não continue tão má, e então vamos ter sarilho institucional, ou então não o consegue e teremos mais problemas e conflitos sociais".

Importa-se de repetir?
"Põe-se aqui uma questão de liberdade no centro direita que é o de funcionar independentemente de Cavaco Silva ser Presidente, se for eleito porque José Sócrates já vai ter lidar com Cavaco Silva e Cavaco Silva com José Sócrates, mas o PSD e o próprio CDS-PP vão poder agir fora daquilo que Cavaco Silva considere os parâmetros adequados para a intervenção política? É por isso que considero que o Parlamento vai ser um espaço muito interessante de intervenção e, por isso, tenciono assumir o meu cargo de deputado logo a seguir, tão depressa quanto possível, às eleições presidenciais".
*
Santana Lopes em entrevista à SIC Notícias
10.01.2006

quinta-feira, 9 de março de 2006

Chegou a presidência executiva

Cavaco Silva já é o novo Presidente da República. A primeira impressão que fica de um dia cheio de protocolos, discursos e comes e bebes é que os partidos da direita acabaram por conquistar o primeiro-ministro que sempre quiseram. Mas afinal o novo PR já namora o primeiro-ministro vigente. Lá no fundo renega os seus e considera Sócrates com um ADN político mais compatível com o seu. À esquerda a crítica continua cerrada. Já o PS não quis agitar águas, esteve muito consensual. Mário Soares saiu sem dar cavaco. Mas Cavaco nem deu por isso pois estava muito concentrado em apresentar o programa da sua governação. Que aponta para cinco desafios. Vão desde a criação de condições para um crescimento económico mais forte e qualificação dos recursos humanos, até à eterna questão da credibilidade da justiça e do sistema político. Curiosamente mostrou-se também preocupado com a sustentabilidade da segurança social. Ainda bem que o seu ídolo, Margareth Thatcher, não esteve presente, senão relembrava-lhe uns capítulos esquecidos de neoliberalismo. Mas de qualquer maneira, o governo de Sócrates que se cuide. Porque Cavaco quer que estes objectivos se cumpram e para tal vai acompanhar com exigência a acção governativa. E vai empenhar-se na promoção de uma “estabilidade dinâmica” no sistema político democrático. O que é que ele quis dizer com isto, as interpretações dos analistas dirigem-se para vários campos. Mas já está a marcar o debate político e a surgirem as primeiras acusações de interferência. A frase é forte e ameaça colar-se ao novo PR. Mas Cavaco Silva também foi profético. Lembrou a viagem inaugural de Pedro Álvares Cabral, que ocorreu há precisamente 506 anos. Mas aqui já é Cavaco, o astrólogo navegante a falar. E fica uma dúvida no ar. Será que está a pensar assentar arraiais na presidência, porque navegar é preciso? Durante quanto tempo? Uma proposta: o tempo mínimo garantido, com hipótese de troca em qualquer loja da FNAC.


Crédito: estamos a ficar mais sérios?

Depois das notícias alarmantes sobre o endividamento das famílias, ao que parece a rondar os 115%, eis que surge outra notícia digna de destaque, a apontar para outra perspectiva do problema. Vem no Diário Económico com o título “dívidas incobráveis atingem mínimo histórico”. O interessante da notícia é que isto acontece numa altura em que o crescimento económico não aparece ou é ínfimo e o número de desempregados não pára de aumentar. Reza assim a estória:
“A evolução do crédito mal parado atingiu em 2005 um valor mínimo. De acordo com os dados do Banco de Portugal, o crédito de cobrança duvidosa representa apenas 1,9% do total de crédito concedido. Este rácio tem apresentado uma tendência decrescente ao longo dos anos, tanto no sector empresarial como no sector do crédito às famílias. Em 1998, a taxa de delinquência financeira representava 4,5% dos créditos concedidos.
(…)
Explicações
. Juros baixos limitam o serviço da dívida, logo o risco de incumprimento.
. Baixo custo do dinheiro leva a que, em caso de incumprimento, a dívida não aumente a um ritmo acelerado.
. Aposta no crédito à habitação limite crédito ao consumo das famílias e torna-as mais conscienciosas do risco de longo prazo.
. Maior maturidade do sistema financeiro obriga a um maior controlo do risco nas empresas e nas famílias.
. Apatia do ciclo económico obriga empresas a controlar os seus custos financeiros e a recorrerem a autofinanciamento.”
Quem vai à festa de arromba de Cavaco?
Mais de 3000 convidados. Bush, «Nino» Vieria e Letízia cá estarão. Presidente do Brasil e família real inglesa declinaram convite. Do governo francês não vem ninguém

*
Título do jornal digital Portugal Diário

Na véspera da posse...

(Ao F. arom, com um grande abraço)

Feliz povo que madruga nestas claras manhãs de Março
e sai para as ruas
de cães pelas trelas
de catarros arfando nos nobres peitos
de saco com os restos da ceia
e nos passeios docilmente semeia
dejectos caninos
imundos escarros
multidões de pombos.

Como é lindo e agradável passear pelos passeios
desta pátria
por entre merda, gosma e penas.

Eu próprio já nem noto, ninguém nota...

(É claro que é chato
quando a merda ou a langonha se colam ao sapato...)

De resto, nem por isso...
Sacudimos os ombros e vamos à vida.

Acomodamo-nos, como no fumeiro se faz a cada chouriço.

quarta-feira, 8 de março de 2006

Uma flor para as melhores mulheres do mundo:
as que visitam este blogue.
*
Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.
Sophia de Mello Breyner Andresen

Foto de Sérgio Santimano


Pode-se estar mutilado em muitas geografias
Os de corpo inteiro entendem-no menos
Sem uma perna vive-se
Com a ausência do infinito
Faltam-nos todos os membros.
É isso a verdade.

Nyiama Ludo, Edição do Grupo Experimental de Intervenção Cultural

terça-feira, 7 de março de 2006


Foto de José Carlos Mexia

PACOVIA

Pacovia é um outro nome para Estremunheira, país que tem uma dificuldade particular em acordar, em sentido literal, pois caiu num sono de digerir pedra, segundo dizem e onde as vias abertas pelas autovias tornaram um aperto de mão o que era distante e para trás dos montes. Mas Pacovia já não é o que era, uma sociedade de maçã reineta para proprietários de diabetes e comedores de análises, encostas saloias de legumes húmidos acenando a passantes de burrico atrelado à bunda, mulas antigas das beiras altas apostadas em dar cabo da pacinhência a almocreves da Estrela por caminhos tortuosos e veredas inconsistentes a caminho da capital, LISBIAOA, vizinhas madrugadoras de vozes urbanas, rachadas de sabão azul e algum tabaco, sol alegre desconstipado a secar lágrimas vadias, bandos de meninagem alvoroçada em areias brancas, nabiças rosadas de verde verde e joaquinzinhos saltitantes a pratear as noites em dias de insónia horariada nas traineiras dos confins. Pacóvia já nada é disto, Pacóvia é hoje um DESTINO TURÍSTICO, uma designlândia, lugar em que as vacas já não dão leite mas são objectos de arte-trite, nova forma estética, forma alvo para o público da terceira idade, eternamente jovem como diz o BCP, banco especializado em branquear carcanhóis peganhentos.
Pois bem, primo, os problemas agora avultam porque : a pacóvia roubaram-lhe o acento agudo – diz-se que foi parar ao i de Viagra em apoio a graus de erecção viáveis, tal como se diz do i de leite que... -, e secundo, tem Internet de banda larga. Em Pacóvia não há agora quem não circule na banda larga e não tenha pelo menos dois telemóveis estacionados em ambas as orelhas, simultânea ou alternadamente, cada uma em articulação protésica com um acesso específico a meio cérebro, meio raciocínio e dupla produtividade. É um dois em um que dobra a população activa telefonante, como se sabe base social do salto em frente, salto assumido pelos ministros de Pacóvia como uma salto por cima do obstáculo da dívida, agora a caminho dos quatro ponto oito – numero de má memória este 48.
Hoje tudo está diferente em Pacovia e os pacovienses não só se alimentam de postais ilustrados de gente simpática vestida de carnes étnicas sempre que Agosto os despeja numa hotelaria igual a outra hotelaria, como levam os portáteis para os piqueniques e a meio da melancia expandem memórias até que o disco duro lá meta a lua, o sistema solar, várias galáxias de vazio desconhecido, ou tristezas múltiplas de quilovaites e mesmo o mar, esse continente para o qual ainda não temos guelras que o tornem mais um assunto de bolso.
Sim, que sabemos nós dos extraterrestres, ouve-se na sombra dos pinheiros ainda não ardidos? Este é um tema recorrente dos piqueniques em Pacovia. Convém assinalar que o Piquenique é o verdadeiro herdeiro – peço desculpa pela rima -, da antiga Agora e que é nesse ambiente que se realizam os brainstorming nacionais, nova directiva para implementar a criatividade a todo o vapor e por todo o lado, visto o inglês para todos, desde o berço, não ter resultado em função da nova hegemonia cultural da China, a nova Hiperpotência ( este escrito é em parte inspirado em acontecimentos de 2008, altura em que o balanço da introdução do Inglês mostrará que os pacóvios desaprenderam completamente o português e não pensam em inglês porque não são capazes, além do que, a já explicitada hegemonia do chinês demonstrar que o erro não compensa quando se re-erra, o que já não vem do risco do dito novo, vindo antes das palas assumidas como largueza).
Para além dos enchidos de fumeiro, em Pacóvia, é de facto a temática extraterrestre a dominar a agenda cerebral. Os pacovios juntam ficção e estômago na mesma sandes, por assim dizer. Por fora a metafísica, a crosta do planeta imaginado, o Bil Gates, a utopia galáctica internetiana, por dentro o conduto, o gás que os move, a febra. Talvez isso tenha a sua razão de ser: os sarracenos terão sido expulsos de Pacovia quando varas de porcos pacovianas investiram contra eles numa verdadeira disciplina de centúrias romanas em antecipação da estratégia do quadrado, tão bem sucedida contra Casquela séculos depois. Os romanos, que civilizaram os pacóvios e lhes ensinaram a passar da fase “ao ar livre” para a fase “saneamento básico” ( que está por cumprir apesar da banda larga) deixaram na cultura pacóvia assinaláveis factores estruturantes do seu ser e costumes.
A Autoestrada, esse segredo que tudo aproxima e desenvolve o desconhecimento do pormenor, do detalhe, essa minudência insignificante, vem dos romanos, primeiros cultores de autoestradas.
E de facto o Porco é uma bandeira em Pacovia, tudo apontando para o reforço da sua idolatria ( não há loucura nem gripe que lhes chegue), ao ponto de vários antropólogos afirmarem que inconscientemente os pacóvios têm com os porcos a relação que os indianos têm com as vacas ( como sabem as vacas frequentam o espaço público como verdadeiras senhoras e não há interdito que lhes tolha a quadrupedia multidireccional. Foram já vistas em templos, poseuses, as quatro patas em escultura sexy, ocupando altares, o que, assinale-se, poderá acontecer ao suíno entre os pacóvios, caso a loucura Light prossiga).
Portanto, como se depreende, Pacovia está na crista da onda, tanto mais que os antigos pinhais são agora grandes colombos, verdadeiras hipercatedrais do pentaconsumo, essa forma de comprar cinco em um, descoberta recente e apenas implementada em Pacovia, tal como a VIA VERDE, essa criação genuinamente pacovia que até os Nokia finlandeses invejaram. E não fora a dívida pública os pacovios alegremente se piquenicariam a tempo inteiro nos pinhais ardidos à sombra das cinzas, como verdadeiros navegadores da banda larga, dobrando cabos de boas esperança em doses maciças e revelando a sua paixão pela ledura, essa nova forma de ler sem ler, de consumir já lido.
Será o primeiro país da EURINHEIRA a implementar próteses de leituras lidas nos estudantes, principalmente de português, essa língua que encanta os turistas e que é necessário reimplementar no ensino nacional como língua obrigatória. É verdade, o governo esqueceu-se do português, esse arcaísmo que já nem os brasileiros falam. Felizmente o turismo, desejoso de cor local, obrigou a que em sede de orçamento de estado, a verba do português fosse revista, turismo oblige!.


f.arom
Ali Farka Toure
The "Bluesman of Africa"
1939 - 2006
*
Oriundo do Mali, foi um dos nomes fundamentais da música africana moderna. Era um multi-instrumentista virtuoso e dedicava especial atenção aos blues. Trabalhou com vários músicos importantes. Ganhou dois Grammies, um com «Talking Timbuktu», um album de 1994 com Ry Cooder, e outro já este ano com «In the Heart of the Moon».