domingo, 14 de agosto de 2005

AS MANEIRAS
Era uma vez um pintor que tinha um aquário e, dentro do aquário, um peixe encarnado. Vivia o peixe tranquilamente acompanhado pela sua cor encarnada, quando a certa altura começou a tornar-se negro a partir - digamos - de dentro. Era um nó negro por detrás da cor vermelha e que, insidioso, se desenvolvia para fora, alastrando e tomando conta de todo o peixe. Por fora do aquário, o pintor assistia surpreendido à chegada do novo peixe. O problema do artista era este: obrigado a interromper o quadro que pintava e onde estava a aparecer o vermelho do seu peixe, não sabia agora o que fazer da cor preta que o peixe lhe ensinava. Assim, os elementos do problema constituíam-se da própria observação dos factos e punham-se por uma ordem, a saber: 1º - peixe, cor vermelha, pintor, em que a cor vermelha era o nexo estabelecido entre o peixe e o quadro, através do pintor; 2º - peixe, cor preta, pintor, em que a cor preta formava a insídia do real e abria um abismo na primitiva de fidelidade do pintor. Ao meditar acerca das razões porque o peixe mudara de cor precisamente na hora em que o pintor assentava na sua fidelidade, ele pensou que, lá dentro do aquário, o peixe, realizando o seu número de prestidigitação, pretendia fazer notar que existia apenas uma lei que abrange tanto o mundo das coisas como o da imaginação. Essa lei seria a metamorfose. Compreendida a nova espécie de fidelidade, o artista pintou na sua tela um peixe amarelo.
Herberto Hélder, Retrato em Movimento

Alvalade: the lion don´t sleep tonight

Termina hoje em Portugal a variante europeia da Vertigo Tour, dos U2.
Vai ser sem dúvida o concerto que marcará o verão 2005 português. É bom para subir o astral, assim como o sexo tântrico e o rum Captain Morgan. Neste domingo em Alvalade, Bono Vox, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr, vão por certo tentar manter o título "Nós somos a maior superbanda do mundo".
A selecção dos mais de 52 mil árbitros foi cheia de irregularidades e várias queixas foram apresentadas às autoridades. Que, no entanto, não ligaram nenhuma.
No interior das forças de segurança ainda subsiste uma forte disputa pelo turno da noite. De acordo com as nossas fontes, já foram registadas inclusivamente pequenas escaramuças. Elas terão ocorrido no interior do estádio conhecido pelos azulejos em tons de verde, da responsabilidade do arquitecto Tomás Taveira.
Já há uma baixa a registar. Os britânicos Keane, que deveriam assegurar parte da primeira parte, cancelaram a sua apresentação. Assim, a primeira parte fica reduzida apenas a uma. Vai ser abrilhantada por uma das actuais bandas sensação, os Kaiser Chiefs.
Durante a sua actuação vão ser distribuídos lollipops e shots de vodka.

Ainda não se conhece o alinhamento das músicas que os U2 vão tocar.
Mas não deverá andar muito longe do praticado no país dos amigos de Miguel de Vasconcelos. Aqui vai:

Vertigo, I Will Follow, The Electric Co., Elevation, New Year's Day, Beautiful Day, I Still Haven't Found What I'm Looking For, City of Blinding Lights, Miracle Drug, Sometimes You Can't Make It o­n Your Own, Love and Peace or Else, Sunday Bloody Sunday, Bullet the Blue Sky, Miss Sarajevo, Pride, Where the Streets Have No Name, O­ne.
Encore: Zoo Station, The Fly, With or Without You, All Because Of You, Party Girl - Get Up Stand Up, Vertigo.

PS. A vertente social e política que envolve os U2 foi deixada propositadamente de lado. Afinal é Agosto, é domingo e estamos a meio de um fim-de-semana prolongado. Vou beber um rum. Have fun.

Não perca a aula de hoje sobre formas práticas de desmantelar bombas atómicas




Brel (2)


LA CHANSON DE VAN HORST

De Rotterdam à Santiago
Et d'Amsterdam à Varsovie
De Cracovie à San Diego
De drame en dame
Passe la vie
De peu à peu
De cœur en cœur
De peur en peur
De port en port
Le temps d'une fleur
Et l'on s'endort
Le temps d'un rêve
Et l'on est mort

De terre en terre
De place en place
De jeune vieille
En vieille grasse
De guerre en guerre
De guerre lasse
La mort nous veille
La mort nous glace

Mais de bière en bière
De foire en foire
De verre en verre
De boire en boire
Je mords encore
À pleines dents
Je suis un mort
Encore vivant

Moçambique: PNUD precisa Especialista Sénior em Governação


Este anúncio é verdadeiro. É o serviço público do 2+2=5
Mais informações aqui

sábado, 13 de agosto de 2005

Indignação moçambicana precisa-se!

A embaixadora do Brasil em Moçambique afirmou que os habitantes de Maputo são "mais sujos" que o seu cão, e que "não admite ser tratada com desrespeito por pessoas inferiores".

«Embaixadora compara moçambicanos e seu cachorro.

Sexta, 12 de agosto de 2005, 10h31
A embaixadora do Brasil em Moçambique, Leda Lúcia Martins Camargo, insultou dois seguranças de um dos maiores complexos comerciais da capital moçambicana, o Shoprite, depois que eles a impediram de entrar no estabelecimento com seu cachorro, relata o semanário Zambeze em sua última edição.
A embaixadora comparou os moçambicanos ao seu cão e os chamou de porcos, segundo informam jornais do país.De acordo com os trabalhadores do complexo que funciona no coração de Maputo, ao ser impedida de entrar no Shoprite, a embaixadora do Brasil disse que seu cachorro "era mais limpo que Maputo (capital do país) e que seu animal de estimação era mais limpo que os moçambicanos"."Não há razões que me impeçam de entrar no centro comercial porque meu cachorro é limpo", diz o jornal citando a embaixadora.O Zambeze ouviu Leda Lúcia com relação ao assunto, e ela confirmou ter participado deste "incidente". Segundo consta, é proibida a entrada de animais no centro comercial em que o episódio ocorreu."Chegamos perto da embaixadora, e ela disse que o cão era mais limpo que a cidade de Maputo e que os próprios moçambicanos", afirmou um funcionário do local ao jornal.O diário levanta outros problemas de relacionamento entre a diplomata e os trabalhadores da missão diplomática brasileira em Maputo. Os funcionários da missão diplomática fizeram um abaixo-assinado na própria embaixada e o levaram ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e de Cooperação e ao Ministério do Trabalho, em que fazem denúncias de supostas arbitrariedades cometidas pela diplomata. No abaixo-assinado, os trabalhadores pedem para ser "respeitados e tratados como seres humanos"."Pedimos para ser tratados com cordialidade", escrevem em carta dirigida a essas instituições. Os funcionários da missão diplomática dizem que esta embaixadora "é a pior que passou por aqui". "Passaram bons embaixadores por aqui e nunca houve problemas. Hoje somos maltratados e obrigados a conviver com os animais da senhora embaixadora", relatam.Quando contatada pelos jornais locais, a embaixadora disse: "agi porque não admito ser ferida por pessoas inferiores". "Confirmo o incidente com os dois trabalhadores daquele centro que queriam chutar meu cachorro", disse a diplomata brasileira. "Sei que em Moçambique e no Brasil não se aceita a circulação de animais em restaurantes, mas este chiuaua era da minha falecida mãe e hoje dorme comigo no meu travesseiro", afirmou a diplomata. A diplomata acusa os trabalhadores de tentarem "estragar as relações diplomáticas entre Moçambique e Brasil".Comunicado
De acordo com o comunicado à imprensa da embaixada do Brasil, a embaixadora informou os trabalhadores do supermercado de que o cão "nao haveria de incomodar quem quer que fosse". Segundo a embaixadora, o que "notei é que eles é que são racistas". "Não sei como é que eles descobriram que eu sou embaixadora porque eu não disse a eles", diz o comunicado. Os trabalhadores, entretanto, insistem que a embaixadora do Brasil chamou-os de imundos e que não titubeou para classificá-los de negros imundos e sujos incomparáveis a seus cachorros. Dado o impacto que a notícia teve depois de publicada nos jornais locais, a embaixada do Brasil apressou-se e emitiu um comunicado. EFE»

Leia esta notícia no original no jornal on-line brasileiro Terra em

A Excepção e a Regra

Rene Magritte


Estranhem o que não for estranho.
Tomem por inexplicável o habitual.
Sintam-se perplexos ante o quotidiano.
Tratem de achar um remédio para o abuso.
Mas não se esqueçam
de que o abuso é sempre a regra.

Bertolt Brecht

"É o teu rosto ainda que eu procuro"


Foto de Ivone Ralha

Série negra (3)


«Na aristocracia grega, todas as palavras que designam o homem do povo, (os não cultos, isto é, os que não falavam o grego) , enfim estas palavras acabavam por se tornar sinónimo de "infeliz", de "digno de pena". É preciso lembrar-se por outro lado de que os vocábulos "mau" "baixo", "infeliz", tinham sempre ao ouvido grego uma totalidade em que dominava a matiz "infeliz" (...) homens completos (...) necessáriamente activos não sabiam separar a felicidade da acção - neles a actividade era necessáriamente atribuida à felicidade (...) Tudo isso está em profunda contradição com a "felicidade" que imaginam os impotentes, os oprimidos, os esmagados pelo peso dos seus sentimentos hostis e venenosos, entre os quais a felicidade aparece sobretudo sob forma de entorpecimento, de repouso, de paz, de "sábado", de relaxamento para o espírito e o corpo, em resumo sob forma passiva.»

Friedrich Nietzsche in Genealogia da Moral

Série negra (2)



WITTGENSTEIN EXPLICADO ÀS CRIANCINHAS

1.
-Sentir presenças básicas: sentir acima e abaixo, à esquerda e à direita, à frente e atrás. Notar o Antes e o Depois, o Aqui e o Ali.
1.1.
- E estar-se destacado no horizonte, erguido numa orientação vegetal - para a luz e o azul, escapando à treva e à terra. Sentir-se dirigido.
2.
- Ver, como os animais. Numa direcção nova, que estabelece um paralelo aos pés, à lama. Igualmente sem fim - o término horizontal é o ponto imaginado para onde a visão me impele. Acolher o confronto com a outra direcção, o meu vértice, que me atrai.
2.1.
- Observar a minúcia que obtenho a partir daquilo que é próximo. Coisas que identifico, coisas a que posso dar nomes. E nomes por onde as posso reconhecer. Como «cão», ou «árvore», ou «Ana», ou «Filosofia», ou «3/4», ou «Lisboa».
3.
- É aqui que começo a pensar. Como utilizo eu um processo único para atribuir nomes tão semelhantes a coisas tão diferentes? E que são diferentes por tão inumeráveis razões (Quais serão? Poderei enumerá-las? Mas para que serve o número?).
4.
- Pensando melhor, que posso fazer com os nomes? Falar contigo, se estiver disposto a isso (é uma forma de gastar o tempo), e dizer-te: «Gosto muito de ti», ou «Os polvos classificam-se na categoria dos octópodes», ou «Nunca mais chega, esse autocarro», ou então «Vê se te evaporas». Desde que fales a mesma linguagem.
4.1.
- Senão, reservarei os nomes para uma qualquer utilização futura; se os escrever eles ficarão guardados, e o que significam. É um modo de alongar a memória - e uma forma de iludir o tempo que continua a passar. Quero dizer: uma forma de o negar: e ainda que eu não recorde, alguém recordará.
5.
- Pensando melhor ainda: que faço eu quando utilizo os nomes que criei? Quero dizer, o que é que eu estou a fazer, quando faço isso? E o que é que estou a fazer, quando junto os nomes em frases? Quero dizer: de onde trago os nomes que só aparecem nas frases (se digo que «isto é aquilo», por exemplo)? Que querem eles dizer? Que quero eu dizer? Quero dizer o que penso? Aquilo que penso será aquilo que digo, os nomes? Será que penso com os nomes, quando julgo estar a pensar em meu nome?
6.
- Se existe uma ética nisto, não vejo qual seja. Certas coisas não se podem dizer, têm de mostrar-se.
6.1.
- Às vezes, imagino-me por detrás de um véu que transparece entre mim e o mundo. É um véu onde se encontram todos os nomes, sustentados por débeis fios que os ligam a todas as coisas; e mantidos entre si por fios ainda mais débeis. Na minha imaginação, são todos esses fios que acabam por tecer o véu, véu que me separa das coisas, coisas (o que eu vejo e quero e toco e sinto) que estão sempre para além do véu, o que me causa uma certa ânsia.
6.2.
- Em suma, julgo que apenas devemos dar importância às coisas que são realmente importantes. Isto parece-me lógico. O resto não vale a pena - só motiva um esforço vazio e tonto, que sempre traz grandes confusões e sarilhos. Porque, mesmo quando nos expressamos na mesma linguagem, nem sempre falamos a mesma língua. Nem sempre partilhamos um só entendimento acerca de cada estado das coisas. E a discussão é, assim, inevitável. Parece-me mais saudável estar prevenido - ser claro em tudo na linguagem. Por higiene. Para evitar embaraços. Como o flúor afasta os germes, assim eu afastarei as expressões confusas.
6.2.1.
- Por outro lado, devo ser mais construtivo e optimista. Devo encarar isto como um jogo: falamos a mesma linguagem, mas o que fazemos com ela pode não ser concordante. E por vezes, se calhar, não pode mesmo ser concordante. Podemos dar por nós, então, a meio de uma conversa de surdos; num jogo onde cada um altera a regra a cada instante. Sem possibilidade de uma saída conjunta, sem um final feliz. Uma conversa que se pode tornar interminável. E um jogo que seria o passatempo total.
6.2.2.
- As combinações possíveis! O número! Tempo não me falta, para o cálculo. Se tivesse vontade, podia procurar a fórmula ideal para o jogo, a fórmula ideal para mim, o lance que me permitiria sempre a certeza da jogada porque certeza é coisa que nunca tive (conheço o nome).
6.2.3.
- Ressalva. Que me queimo se puser a mão no fogo: eis o que é certeza.
6.3.
- Exceptuando o que é matemático (o que se repete), sempre que falo e afirmo, o que quero dizer é que sinto que tem que ser assim. Não me tomo por um iluminado, confesso até um certo pendor para o oculto. Mas a minha tendência vertical diz-me que não e a minha tendência animal diz-me que sim. Cruzado em duas direcções, não me decido entre o meu vértice e o meu vórtice, o céu e a lama. Não sei ser herói, nem mártir, nem santo, nem herético. São assuntos sobre os quais não me pronuncio, porque suponho que aquilo de que se não pode falar deve calar-se.
7.
- No fundo, além de ti não existem mistérios: somente problemas indecifráveis. Se estiver bem disposto ao jogo, e tu, podemos desenvolver um outro estado para as coisas. Podemos conversar, passar o tempo. Enfim, ter relações.

Jorge P. Pires (originalmente publicado no semanário «Blitz» nº 244, em 4 de Julho de 1989)

Série negra (1)


Exortação ao Meu Anjo

Quando eu me deixar cair
No sonho de adoecer para poder dormir,
Fere-me com a tua lança!
Reaviva em mim a dor, fonte de esperança.

Quando a verdade, que é nua,
Me cegar como um sol, e eu me voltar para onde há lua,
E procurar jardins convencionais e plácidos,
Queima-me com os teus olhos ácidos!

Quando me for mais fácil a verdade do que ter
Um papel de actor qualquer,
Como aos que assim se recreiam,
Faz-me exibir-me bobo ante os que aplaudem ou pateiam.

Quando eu julgar, falando, dizer tudo,
Faz ante mim sorrir teu lábio mudo!
Quando eu me poupe a falar,
Aperta-me a garganta obriga-me a gritar!

Quando eu tiver medo do Medo
E acender fósforos nos cantos rumorosos de segredo,
Arrasta-me pelos cabelos
Para entre os pesadelos!

Quando, a meio da noite e da ansiedade,
Eu me rojar por terra e te pedir piedade,
Não me apareças nem me fales!
Deixa-me só com o meu cálix.

Quando eu te falsificar,
E alugar anjos de serrim para em seus braços me em balar,
Derrete o chumbo dessas casas:
Leva-me no tufão das tuas asas!

Quando eu enfim, não puder mais,
Por tuas próprias mãos belíssimas e leais,
E sem caixões nem mortalhas,
Enterra-me na terra das batalhas.

Quando, depois de morto, a glória
Me levantar o seu jazigo e celebrar minha vitória,
Desvenda os alçapões dos meus escritos
E arranca á terra que me esconde os mais secretos dos meus gritos!

José Régio

O Poder será entregue

O Poder será entregue a bons gestores botas-de-elástico. Os bons gestores irão bem gerir, ou seja, garantir que as coisas permaneçam como estão, porque bem sabemos que as coisas não podiam estar melhores. Essa conversa de haver outras maneiras de as coisas serem é própria de quem não percebe que as coisas só são assim porque são o espelho da essência humana. O Ser Humano é mesmo assim, mau, mesquinho, egoista, daí que os gestores sejam também maus, mesquinhos e egoístas, A SUA FUNÇÃO é serem o espelho cristalino do Homem. Sempre foram bons gestores, e como bons gestores sempre souberam distribuir as coisas da melhor maneira possível, ou seja, da maneira como sempre foi, aliás não há outra maneira. E como os gestores são e sempre foram importantes porque são os únicos a perceber estas coisas tão lógicas, é lógico que têm também de se preocupar consigo próprios, o que não é um acto mesquinho e egoísta como a maioria dos actos humanos, antes um momento essencial do altruísmo que lhes é inerente, afinal é preciso haver bons gestores para compreender estas coisas.

sexta-feira, 12 de agosto de 2005

W. Bush corta relações com Mick Jagger


São uma das referências fundamentais na música popular dos anos 60 e 70. A partir daí, estão for the money. Mas, seja para ganhar dinheiro ou pelo gozo de uma boa peixeirada, Mick and the boys apontam as baterias à Casa Branca.
No seu novo disco, que será lançado a 7 de Setembro, Jagger manda mimos a W. Bush. Canta assim o beiçudo mais rico do mundo:

"You call yourself a Christian,
I call you a hypocrite
You call yourself a patriot,
well I think you're full of shit."

Este refrão faz parte da música “Sweet Neo Con”, que é uma das 16 cançoes do novo disco que se vai chamar "A Bigger Bang". O facto da banda dos Glimmer Twins chamar "hipócrita cheio de merda" a George W., Condoleeza Rice e aos neoconservadores está a gerar alguma surpresa. Havia muito boa gente a pensar que Jagger era um thacherista incondicional.
O mais engraçado é que Mick quer ser levado a sério. Disse à Newsweek que a frase "é directa, não é metafórica". No entanto, sendo estratégia comercial ou o regresso de uma boa atitude rock, já um pouco reumática e fora de tempo, a polémica volta a envolver os Stones.
Será que Jagger ficou irritado porque W. mexeu na segurança social e nas reformas dos velhinhos? Não me lembro dele ter dito alguma coisa sobre o Iraque. Quando passar por Portugal, na digressão que por certo vai estar associada ao novo disco, vou tentar perguntar-lhe. Lembrem-me.

"Que pode uma criatura senão,/ entre criaturas, amar?"


Foto de Francesca Pinna

Brel (1)

AU SUIVANT

Tout nu dans ma serviette qui me servait de pagne
J'avais le rouge au front et le savon à la main
Au suivant au suivant
J'avais juste vingt ans et nous étions cent vingt
A être le suivant de celui qu'on suivait
Au suivant au suivant
J'avais juste vingt ans et je me déniaisais
Au bordel ambulant d'une armée en campagne
Au suivant au suivant

Moi j'aurais bien aimé un peu plus de tendresse
Ou alors un sourire ou bien avoir le temps
Mais au suivant au suivant
Ce ne fut pas Waterloo mais ce ne fut pas Arcole
Ce fut l'heure où l'on regrette d'avoir manqué l'école
Au suivant au suivant
Mais je jure que d'entendre cet adjudant de mes fesses
C'est des coups à vous faire des armées d'impuissants
Au suivant au suivant

Je jure sur la tête de ma première vérole
Que cette voix depuis je l'entends tout le temps
Au suivant au suivant
Cette voix qui sentait l'ail et le mauvais alcool
C'est la voix des nations et c'est la voix du sang
Au suivant au suivant
Et depuis chaque femme à l'heure de succomber
Entre mes bras trop maigres semble me murmurer
Au suivant au suivant

Tous les suivants du monde devraient se donner la main
Voilà ce que la nuit je crie dans mon délire
Au suivant au suivant
Et quand je ne délire pas j'en arrive à me dire
Qu'il est plus humiliant d'être suivi que suivant
Au suivant au suivant
Un jour je me ferai cul-de-jatte ou bonne sœur ou pendu
Enfin un de ces machins où je ne serai jamais plus
Le suivant le suivant

"Quero que todos os dias do ano/ todos os dias da vida/ de meia em meia hora/ de 5 em 5 minutos/ me digas: Eu te amo."


Foto de José Carlos Mexia

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

Sabe quem é o seu pai? Tem a certeza?

No Reino Unido há cada vez mais pais a descobrirem que afinal os filhos que criaram durante uma vida, não são seus. Esta notícia é revelada hoje no britânico “The Times”.
Esta nova realidade surge graças ao recurso cada vez maior a testes de ADN, depois de algumas surpresas terem surgido no jetset mundial.
De acordo com o “Journal of Epidemiology and Community Health”, nos estudos efectuados revelam que há entre 1% e 30% de pais enganados, mais concretamente, com filhos que não são seus. No entanto, peritos mais cautelosos garantem que a percentagem não é superior a 10%. E 4% dos pais não está interessado em ter em casa um filho que não é seu, revela o estudo da Universidade de Liverpool.
Na origem desta situação está a mudança de costumes e hábitos sexuais, que se acentuou a partir dos anos 60. Várias figuras públicas no Reino Unido e nos EUA já anunciaram recentemente que o filho/a que pensavam ser seu afinal era de outro/a. O debate já está na rua. Nos Estados Unidos existe mesmo um Reality Show sobre este tema. É um programa escabroso, diga-se.

E qual é a situação em Portugal? Poderá este sentimento de orfandade ser a razão desconhecida da nossa depressão colectiva? Por onde anda papai D.Sebastião?

Conselho de Turma

Participação da prof.: "O aluno, (...), amandou-me para o caralho".
Participação do aluno: "Mandei a prof., (...), para os orgãos genitais masculinos".
Um abraço para o aluno!
As participações feitas pelos profs. passaram a ser preenchidas num impresso com cruzinhas. Os alunos vão escrevendo como aprenderam.

"São Vicente di Longe"



Foto de Anne Day, One day in Africa as seen by 100 photographers
http://www.olympus.co.jp/en/event/DITLA