domingo, 18 de setembro de 2005

Will V-Day Be Me-Day Too?
Over There,
World War II.
Dear Fellow Americans,
I write this letter
Hoping times will be better
When this war
Is through.
I'm a Tan-skinned Yank
Driving a tank.
I ask, WILL V-DAY
BE ME-DAY, TOO?
I wear a U. S. uniform.
I've done the enemy much harm,
I've driven back
The Germans and the Japs,
From Burma to the Rhine.
On every battle line,
I've dropped defeat
Into the Fascists' laps.
I am a Negro American
Out to defend my land
Army, Navy, Air Corps--
I am there.
I take munitions through,
I fight--or stevedore, too.
I face death the same as you do
Everywhere.
I've seen my buddy lying
Where he fell.
I've watched him dying
I promised him that I would try
To make our land a land
Where his son could be a man--
And there'd be no Jim Crow birds
Left in our sky.
So this is what I want to know:
When we see Victory's glow,
Will you still let old Jim Crow
Hold me back?
When all those foreign folks who've waited--
Italians, Chinese, Danes--are liberated.
Will I still be ill-fated
Because I'm black?
Here in my own, my native land,
Will the Jim Crow laws still stand?
Will Dixie lynch me still
When I return?
Or will you comrades in arms
From the factories and the farms,
Have learned what this war
Was fought for us to learn?
When I take off my uniform,
Will I be safe from harm--
Or will you do me
As the Germans did the Jews?
When I've helped this world to save,
Shall I still be color's slave?
Or will Victory change
Your antiquated views?
You can't say I didn't fight
To smash the Fascists' might.
You can't say I wasn't with you
in each battle.
As a soldier, and a friend.
When this war comes to an end,
Will you herd me in a Jim Crow car
Like cattle?
Or will you stand up like a man
At home and take your stand
For Democracy?
That's all I ask of you.
When we lay the guns away
To celebrate
Our Victory Day
WILL V-DAY BE ME-DAY, TOO?
That's what I want to know.
Sincerely,
GI Joe.
Langston Hughes
sábado, 17 de setembro de 2005
Um outro olhar: Os afro-africanos
De tempos a tempos, ressurge o debate sobre se há ou não há racismo, aqui ou acolá. Ora bem, o racismo é, rigorosamente, o seguinte: um instrumento político-ideológico criado e utilizado pelas classes privilegiadas, para iludirem a luta de classes. Ou seja: para que as camadas sociais trabalhadoras, desfavorecidas, pobres, se desunam segundo a cor da pele; e para fingir que o privilegiado e o espoliado, quando têm a mesma cor, têm interesses iguais. O racismo é, portanto, o espinho natural da planta que cresce em qualquer terreno adubado pela exploração do homem pelo homem. Assim sendo, enquanto na sociedade existirem classes sociais com interesses antagónicos, o racismo sempre será utilizado para encobrir a desigualdade real, que é a económica e social, e não a racial. Um dos exemplos mais marcantes da persistência do racismo vem da terra que alguns gostam de considerar o modelo da democracia, mas essa persistência demonstra que essa tal democracia está bem longe de sê-lo. Essa marca racista consiste em evitar a palavra “negro”, como se ela designasse uma raça inferior, utilizando a tonta expressão de “afro-americano”. E, lá perto, há os outros que se auto-intitulam “afro-brasileiros”. Que “africanos” são esses, que, provavelmente, não são capazes de dizer o nome de três países africanos e respectivas capitais? Que, provavelmente, nem sequer se interessaram alguma vez por observar o mapa de África. Que, quando lá vai algum moçambicano, nem sequer sabem onde fica esse tal país. Que “africanos” são esses, originários de África em geral e de nenhum país em particular? E que não têm família em África. Quando é que esses “africanos” esperam regressar ao seu país inexistente? *
E esta é que é a questão: o país inexistente. Desgostosos do desastroso estado de desigualdade de direitos que predomina nas “exemplares” democracias das sociedades em que vivem, mas porque se demitem de lutar para a transformar, armam-se em expatriados ou diáspora no seu próprio país, inventando uma falsa Utopia, à qual chamam África, como lhe poderiam chamar
Éden ou Ítaca ou Ilha dos Amores. E já agora: que acções concretas desenvolvem eles pelo desenvolvimento do “seu” continente africano? Quer dizer, lá nas Américas são “afro”; e, se alguma vez vêm a África, aqui são americanos ou brasileiros. Isso não deixa de ser uma posição bem confortável para justificar o nada fazer, apenas palrar, para tentarem obter vantagens seja onde for que estejam, ou não estejam. Esse tipo de atitude costuma ser vulgarmente designado por um vocábulo bem conhecido: oportunismo! Também o racismo é sempre uma forma de oportunismo. Este oportunismo manifesta-se, por vezes, numa atitude de querer combater umas formas de racismo com outras formas de racismo. Mas o racismo é sempre só um e o mesmo, seja qual for a cor de quem o pratique ou de contra quem ele for praticado. Quantas pessoas não viveram já a experiência de serem alvo de actos racistas praticados por pessoas de raça igual à sua? Um dos conceitos do oportunismo racista é o conceito de black empowerment. A balela do black empowerment (atribuição do poder aos negros) serve apenas as ambições pessoais de poder e riqueza de alguns indivíduos; e em África é anedótica, porque neste continente o black empowerment chama-se Independência Nacional.
E esta é que é a questão: o país inexistente. Desgostosos do desastroso estado de desigualdade de direitos que predomina nas “exemplares” democracias das sociedades em que vivem, mas porque se demitem de lutar para a transformar, armam-se em expatriados ou diáspora no seu próprio país, inventando uma falsa Utopia, à qual chamam África, como lhe poderiam chamar
Éden ou Ítaca ou Ilha dos Amores. E já agora: que acções concretas desenvolvem eles pelo desenvolvimento do “seu” continente africano? Quer dizer, lá nas Américas são “afro”; e, se alguma vez vêm a África, aqui são americanos ou brasileiros. Isso não deixa de ser uma posição bem confortável para justificar o nada fazer, apenas palrar, para tentarem obter vantagens seja onde for que estejam, ou não estejam. Esse tipo de atitude costuma ser vulgarmente designado por um vocábulo bem conhecido: oportunismo! Também o racismo é sempre uma forma de oportunismo. Este oportunismo manifesta-se, por vezes, numa atitude de querer combater umas formas de racismo com outras formas de racismo. Mas o racismo é sempre só um e o mesmo, seja qual for a cor de quem o pratique ou de contra quem ele for praticado. Quantas pessoas não viveram já a experiência de serem alvo de actos racistas praticados por pessoas de raça igual à sua? Um dos conceitos do oportunismo racista é o conceito de black empowerment. A balela do black empowerment (atribuição do poder aos negros) serve apenas as ambições pessoais de poder e riqueza de alguns indivíduos; e em África é anedótica, porque neste continente o black empowerment chama-se Independência Nacional. *
Portanto, contra o black empowerment é preciso içar a bandeira do people empowerment (poder para o povo). Se o people empowerment assusta, por parecer demasiado revolucionário, considere-se então o citizen empowerment, que poderia ser traduzido por: atribuição de poder aos cidadãos, para construir uma democracia popular participativa.
Porque a democracia não tem nada a ver com o acesso ao poder por este ou aquele sujeito, em nome duma raça, etnia, religião, sexo ou região. A democracia consiste na conquista de amplos direitos sociais (alimentação, saúde, educação, emprego, habitação) para todos os cidadãos. E quem são, afinal, os afro-africanos? Já que a palavra “afro” tem sido utilizada como um eufemismo da palavra “negro”, pode-se dizer que os afro-africanos são aqueles negros que, tendo sempre vivido em África - mas porque têm a cabeça fora dela, uma vez que gostam de imitar modas e de beber ideologias “afro” de quem nunca viveu em África - sonham regressar ao próprio país em que sempre viveram. Serão certamente bem-vindos, quando chegarem. E talvez possam, então - quando chegarem às origens e beberem das raízes - talvez possam então alcançar a felicidade de se juntarem à autenticidade da causa dos interesses genuínos do povo a que pertencem.
*Portanto, contra o black empowerment é preciso içar a bandeira do people empowerment (poder para o povo). Se o people empowerment assusta, por parecer demasiado revolucionário, considere-se então o citizen empowerment, que poderia ser traduzido por: atribuição de poder aos cidadãos, para construir uma democracia popular participativa.
Porque a democracia não tem nada a ver com o acesso ao poder por este ou aquele sujeito, em nome duma raça, etnia, religião, sexo ou região. A democracia consiste na conquista de amplos direitos sociais (alimentação, saúde, educação, emprego, habitação) para todos os cidadãos. E quem são, afinal, os afro-africanos? Já que a palavra “afro” tem sido utilizada como um eufemismo da palavra “negro”, pode-se dizer que os afro-africanos são aqueles negros que, tendo sempre vivido em África - mas porque têm a cabeça fora dela, uma vez que gostam de imitar modas e de beber ideologias “afro” de quem nunca viveu em África - sonham regressar ao próprio país em que sempre viveram. Serão certamente bem-vindos, quando chegarem. E talvez possam, então - quando chegarem às origens e beberem das raízes - talvez possam então alcançar a felicidade de se juntarem à autenticidade da causa dos interesses genuínos do povo a que pertencem. Afonso dos Santos
In “SAVANA - semanário independente”, Maputo 16.09.05
Zueignung

Ihr naht euch wieder, schwankende Gestalten,
Die früh sich einst dem trüben Blick gezeigt.
Versuch ich wohl, euch diesmal festzuhalten?
Fühl ich mein Herz noch jenem Wahn geneigt?
*
Ihr drängt euch zu! nun gut, so mögt ihr walten,
Wie ihr aus Dunst und Nebel um mich steigt;
Mein Busen fühlt sich jugendlich erschüttert
Vom Zauberhauch, der euren Zug umwittert.
*
*
Goethe
Ainda New Orleans
É só trocar Coolidge por Bush Jr. - Premonitório Randy Newman...
LOUISIANA 1927
What has happened down here is the wind have changed
Clouds roll in from the north and it started to rain
Rained real hard and rained for a real long time
Six feet of water in the streets of Evangeline
The river rose all day
The river rose all night
Some people got lost in the flood
Some people got away alright
The river have busted through cleard down to Plaquemines
Six feet of water in the streets of Evangelne
LouisianaLouisiana
They're tyrin' to wash us away
They're tryin' to wash us away
Louisiana, Louisiana
They're tryin' to wash us away
They're tryin' to wash us away
President Coolidge came down in a railroad train
With a little fat man with a note-pad in his hand
The President say, "Little fat man isn't it a shame what the river has
done
To this poor crackers land."
LOUISIANA 1927
What has happened down here is the wind have changed
Clouds roll in from the north and it started to rain
Rained real hard and rained for a real long time
Six feet of water in the streets of Evangeline
The river rose all day
The river rose all night
Some people got lost in the flood
Some people got away alright
The river have busted through cleard down to Plaquemines
Six feet of water in the streets of Evangelne
LouisianaLouisiana
They're tyrin' to wash us away
They're tryin' to wash us away
Louisiana, Louisiana
They're tryin' to wash us away
They're tryin' to wash us away
President Coolidge came down in a railroad train
With a little fat man with a note-pad in his hand
The President say, "Little fat man isn't it a shame what the river has
done
To this poor crackers land."
sexta-feira, 16 de setembro de 2005
O memorando Lewis Powell
A contra-ofensiva da Direita americana face aos movimentos libertadores dos anos 60 e 70. A ler aqui, no Oeste Bravio, e a ler também com muita atenção os links para que o post remete.

In memoriam Louis Armstrong
Do you know what it means to miss new orleans
And miss it each night and day
I know I’m not wrong... this feeling’s gettin’ stronger
The longer, I stay away
Miss them moss covered vines...the tall sugar pines
Where mockin’ birds used to sing
And I’d like to see that lazy mississippi...hurryin’ into spring
The moonlight on the bayou.......a creole tune.... that fills the air
I dream... about magnolias in bloom......and I’m wishin’ I was there
Do you know what it means to miss new orleans
When that’s where you left your heart
And there’s one thing more...i miss the one I care for
More than I miss new orleans
The moonlight on the bayou.......a creole tune.... that fills the air
I dream... about magnolias in bloom......and I’m wishin’ I was there
Do you know what it means to miss new orleans
When that’s where you left your heart
And there’s one thing more...i miss the one I care for
More.....more than I miss.......new orleans
quinta-feira, 15 de setembro de 2005
The big day is coming...

Aproxima-se a hora, camaradas, em que quais D. Sebastiões aguardados com fervor religioso na terra amada, os únicos, os grandes, os supremos Los Santeros descerão à Terra para a apresentação mais aguardada do milénio. Não esquecer, sobretudo para os fãs da Margem Norte, no Largo dos Penicheiros (centro do Barreiro), 17 de Setembro, pelas 22 horas.
Máximas do Cais do Sodré (2)
«A única teoria política válida é o Comunismo Radical. Quanto a esta filha-da-putice presente que se baseia na acumulação e no egoismo, desprezo apenas»
Juízes, militares e polícias incomodados com reformas do Governo.
Hoje foi o arranque do novo ano judicial. Ao que parece não vai ser nada pacífico. No horizonte perfilam-se ameaças de greves dos juízes, magistrados do Ministério Público e dos funcionários judiciais. Depois de terem cumprido os últimos dois meses de férias de Verão. E um dos pontos mais controversos é, nem mais nem menos, a redução das férias judiciais de dois para um mês. Claro que também vai estar debaixo de fogo o congelamento da progressão nas carreiras e as alterações aos estatutos de aposentação e estatuto sócio-profissional. Estas mudanças fazem-lhes muito comichão pois não estão habituados a serem "incomodados". *
Esta onda de contestação no sector da Justiça surge pouco depois das Forças Armadas terem sido impedidas pelo Governo Civil de Lisboa de se manifestarem. Na origem do protesto
também estava o aumento de anos de trabalho para a reforma e as alterações projectadas pelo Governo para o sistema de saúde das Forças Armadas.
Esta onda de contestação no sector da Justiça surge pouco depois das Forças Armadas terem sido impedidas pelo Governo Civil de Lisboa de se manifestarem. Na origem do protesto
também estava o aumento de anos de trabalho para a reforma e as alterações projectadas pelo Governo para o sistema de saúde das Forças Armadas. *
Mas, os profissionais das forças de segurança não desarmam e já está marcado para o próximo dia 22 de Setembro uma nova manifestação. De acordo com os sindicatos, pretendem alertar o Presidente Jorge Sampaio para as alterações feitas nos subsistemas de saúde, para o congelamento das carreiras profissionais e dos novos sistemas de aposentação ou reserva.
*
Mas, os profissionais das forças de segurança não desarmam e já está marcado para o próximo dia 22 de Setembro uma nova manifestação. De acordo com os sindicatos, pretendem alertar o Presidente Jorge Sampaio para as alterações feitas nos subsistemas de saúde, para o congelamento das carreiras profissionais e dos novos sistemas de aposentação ou reserva.
*
Estes exemplos mostram que os interesses corporativos destes sectores, que se sentiam acima
de tudo e de todos, se sentem incomodados quando alguma coisa muda. Para eles, os interesses de classe e individuais não podem ser beliscados. Mesmo que as restantes centenas de milhares de portugueses que trabalham para o Estado vejam as suas expectativas irem por água abaixo. Para eles, é algo que não lhes diz respeito.
de tudo e de todos, se sentem incomodados quando alguma coisa muda. Para eles, os interesses de classe e individuais não podem ser beliscados. Mesmo que as restantes centenas de milhares de portugueses que trabalham para o Estado vejam as suas expectativas irem por água abaixo. Para eles, é algo que não lhes diz respeito. *
Embora se reconheça a especificidade de cada grupo, estas manifestações revelam algo de surrealista.
Embora se reconheça a especificidade de cada grupo, estas manifestações revelam algo de surrealista.
Dos sectores de onde vêm, estes exemplos são bastante maus.
Mas há uma lição a retirar desta história toda. Estes grupos que estiveram arredados dos cidadãos durante muitos anos, mas cuja obrigação é tratar todos os cidadãos como iguais, não admitem agora que possam ser tratados de forma igual aos restantes portugueses.
Mas há uma lição a retirar desta história toda. Estes grupos que estiveram arredados dos cidadãos durante muitos anos, mas cuja obrigação é tratar todos os cidadãos como iguais, não admitem agora que possam ser tratados de forma igual aos restantes portugueses.
*
* Da "qualidade" do desempenho das forças de segurança, eles não falam;
* Da "qualidade" do desempenho das forças de segurança, eles não falam;
* Da "qualidade" do serviços que a justiça presta aos cidadãos, eles não falam;
* Do dolce fare niente existente no interior das Forças Armadas, com as chefias a serem remuneradas a peso de ouro, eles não nada dizem.
Quando se põe o dedo nestas feridas, acho bem. Porque incomoda muita gente que pensava estar acima de tudo e de todos.
E isso é um bom sinal. Para nós e para a democracia.
quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Foto de Francesca Pinna
Andar?! Não me custa nada!...
Mas estes passos que dou
Vão alongando uma estrada
Que nem sequer começou.
Andar na noite?!Que importa?...
Não tenho medo da noite
Nem medo de me cansar:
Mas na estrada em que vou,
Passo sempre à mesma porta...
E começo a acreditar
No mau feitiço da estrada:
Que se ela não começou
Também não foi acabada!
Só sei que,neste destino,
Vou atrás do que não sei...
E já me sinto cansada
Dos passos que nunca dei.
Natália Correia

O Secretário-Geral dos VIGIS está em Portugal para mais uma visita de Estado.
Com regresso marcado à sua Pátria Mãe ( dia 7 de Outubro), estará entre nós para várias sessões de esclarecimento a realizar no British Bar em Lisboa. Aqui poder-se-ão agendar mais encontros e definir assim estratégias para os anos vindouros.
A chegada de Nino, carismático combatente VIGI e ainda Secretário-Geral da organização, ficou envolta numa aura de euforia e júbilo, tendo sido organizado na Palhota, pelos antigos companheiros de luta, um jantar de boas-vindas.
Terminou o repasto com os participantes a entoarem o célebre e lendário : "Eu sou freak freak freak, de Marré Marré Marré, eu sou freak freak freak de Marré Delfim"
Fernando Gomes da Silva
terça-feira, 13 de setembro de 2005
Máximas do Cais do Sodré por João Carapinha (1)
«Segundo a grande Cecilia Bartolj, a maior cantora lírica do mundo, a arte é como a água; tal como a água desce a montanha tudo levando à sua frente, assim também a arte arrasa com toda a resistência possível; a arte, segundo Cecilia Bartolj, é, como a água, imparável!»
Vinicius (4)

SONETO DA MULHER AO SOL
Uma mulher ao sol – eis todo o meu desejo
Vinda do sal do mar, nua, os braços em cruz
A flor dos lábios entreaberta para o beijo
A pele a fulgurar todo o pólen da luz.
Uma linda mulher com os seios em repouso
Nua e quente de sol – eis tudo o que eu preciso
O ventre terso, o pêlo úmido, e um sorriso
À flor dos lábios entreabertos para o gozo.
Uma mulher ao sol sobre quem me debruce
Em quem beba e a quem morda e com quem me lamente
E que ao se submeter se enfureça e soluce
E tente me expelir, e ao me sentir ausente
Me busque novamente – e se deixa a dormir
Quando, pacificado, eu tiver de partir...
Um dia de verão na praia da Adraga
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