"African Kids"/3 2005 - Lubango
sábado, 14 de abril de 2007
Sem querer moralizar...
Hoje saí. E quando emprego esta expressão refiro-me ao facto de andar nos transportes públicos, ouvir do que as pessoas falam, observar. Em termos de teatro chamo a isto 'fazer laboratório'.
A meio da tarde entro numa estação da Fertagus algures entre Coina e Roma-Areeiro. A máquina dos bilhetes não funciona; a bilheteira, que serve para tudo, menos para vender bilhetes de forma a que eu possa entrar no comboio que está a menos de oito minutos de chegar à estação, essa bilheteira apresenta uma fila considerável. Atento ao relógio (preciso de estar em Lisboa às 17 horas), reparo num casal munido da respectiva filha. Aguardam a sua vez na fila. São poucos os que pretendem um bilhete, todos eles vêm munidos de papéis e fotografias e imensas questões para pôr aos senhores que se sentam do outro lado do balcão. E os senhores do balcão lá vão fazendo escorrer o tempo, de - va - ga -ri - nho.
Enquanto no relógio o tempo se consome, assisto a explicações e a explicações acerca das explicações. Concluo, inquieto, que o simplex não chegou à Fertagus. E, desesperado, começado a pensar que o simplex é uma miragem.
Para cúmulo, constato que o casal, que até aí se mantivera unido, no momento em que lhe é concedido o acesso à bilheteira, se desmembra: ela, mais a filha vão para o balcão da direita e ele, só e munido do papel e das fotos, dirige-se para o balcão da esquerda.
É triste ver "claramente visto" (como diria o nosso Camões...) o fim tão inesperado de uma união de facto. Na hora de aceder à bilheteira assumem que se casaram com separação da dita.
A filha do casal, essa, julgando-se livre de quaisquer tutelas, não descansou enquanto não alapou o cu no balcão da bilheteira. À puridade se diga que o pai (no balcão da esquerda...) de imediato se desligou daquilo que lhe explicava o bilheteiro e veio admoestar o rebento (o que só lhe poderá vir a render créditos quando, em Tribunal, se discutir a regulação do poder paternal...). A mãe da criança (uma tamanhona vestida de fato de treino) esboçou um gesto, mas nada mais que isso, e prosseguiu a sua alegre conversa com o senhor da bilheteira (a da direita) indiferente a todos os outros; a todos aqueles que, como eu, não tiraram a tarde para ir, em família, a uma bilheteira conversar com os senhores que vendem os bilhetes.
Por acaso, só por mero acaso, consegui entrar no comboio e, assim, honrar os meus compromissos. Só esse facto me permite escrever assim. Quanto às conversas a que esperava assistir não me interessaram, nem são dignas de registo.
Já ninguém fala de Sócrates...
A meio da tarde entro numa estação da Fertagus algures entre Coina e Roma-Areeiro. A máquina dos bilhetes não funciona; a bilheteira, que serve para tudo, menos para vender bilhetes de forma a que eu possa entrar no comboio que está a menos de oito minutos de chegar à estação, essa bilheteira apresenta uma fila considerável. Atento ao relógio (preciso de estar em Lisboa às 17 horas), reparo num casal munido da respectiva filha. Aguardam a sua vez na fila. São poucos os que pretendem um bilhete, todos eles vêm munidos de papéis e fotografias e imensas questões para pôr aos senhores que se sentam do outro lado do balcão. E os senhores do balcão lá vão fazendo escorrer o tempo, de - va - ga -ri - nho.
Enquanto no relógio o tempo se consome, assisto a explicações e a explicações acerca das explicações. Concluo, inquieto, que o simplex não chegou à Fertagus. E, desesperado, começado a pensar que o simplex é uma miragem.
Para cúmulo, constato que o casal, que até aí se mantivera unido, no momento em que lhe é concedido o acesso à bilheteira, se desmembra: ela, mais a filha vão para o balcão da direita e ele, só e munido do papel e das fotos, dirige-se para o balcão da esquerda.
É triste ver "claramente visto" (como diria o nosso Camões...) o fim tão inesperado de uma união de facto. Na hora de aceder à bilheteira assumem que se casaram com separação da dita.
A filha do casal, essa, julgando-se livre de quaisquer tutelas, não descansou enquanto não alapou o cu no balcão da bilheteira. À puridade se diga que o pai (no balcão da esquerda...) de imediato se desligou daquilo que lhe explicava o bilheteiro e veio admoestar o rebento (o que só lhe poderá vir a render créditos quando, em Tribunal, se discutir a regulação do poder paternal...). A mãe da criança (uma tamanhona vestida de fato de treino) esboçou um gesto, mas nada mais que isso, e prosseguiu a sua alegre conversa com o senhor da bilheteira (a da direita) indiferente a todos os outros; a todos aqueles que, como eu, não tiraram a tarde para ir, em família, a uma bilheteira conversar com os senhores que vendem os bilhetes.
Por acaso, só por mero acaso, consegui entrar no comboio e, assim, honrar os meus compromissos. Só esse facto me permite escrever assim. Quanto às conversas a que esperava assistir não me interessaram, nem são dignas de registo.
Já ninguém fala de Sócrates...
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sexta-feira, 13 de abril de 2007
Vou ali ver fotos de um amigo cá da casa
Armando,
Tenho andado atrasado com os desenhos. O texto para o blog deu-me muito trabalho a escrever, mas não podia deixar passar aquela ideia de snifar o pai. Já viste quanto terreno útil se libertaria se implementassem essa medida? Até as homenagens ex-votos eram mais fáceis. Bastava meter flores no umbigo, ou noutro orifício mais fundo, consoante o amor pelo ente querido.
Também me tem ocupado uns mails que ando a escrever para o DIAP. Vi uma notícia de que começaram a investigar a esquadra da Amadora por usar droga para incriminar facínoras. Como prova viva da excelência dessa técnica policial não me contive. Não podia deixar de lhes explicar que isso é uma prática muito antiga e, que, é usada nas outras esquadras. O que é preciso fazer é uma avaliação dos resultados, para criar um quadro de honra das esquadras, como fazem para as escolas e outras instituições públicas.
Agora tenho que escrever para a ADSE. Afinal o cartão não é “simplexmente” mudado quando um tipo é reformado. Tenho que meter um impresso não sei onde, (não é onde estou a pensar), e preciso não sei de quê do sítio onde trabalhei. Isto tudo deve ser simplex de certeza!
Grande merda o meu gato acaba de morrer. Depois continuo o mail.
Maturino Galvão
Tenho andado atrasado com os desenhos. O texto para o blog deu-me muito trabalho a escrever, mas não podia deixar passar aquela ideia de snifar o pai. Já viste quanto terreno útil se libertaria se implementassem essa medida? Até as homenagens ex-votos eram mais fáceis. Bastava meter flores no umbigo, ou noutro orifício mais fundo, consoante o amor pelo ente querido.
Também me tem ocupado uns mails que ando a escrever para o DIAP. Vi uma notícia de que começaram a investigar a esquadra da Amadora por usar droga para incriminar facínoras. Como prova viva da excelência dessa técnica policial não me contive. Não podia deixar de lhes explicar que isso é uma prática muito antiga e, que, é usada nas outras esquadras. O que é preciso fazer é uma avaliação dos resultados, para criar um quadro de honra das esquadras, como fazem para as escolas e outras instituições públicas.
Agora tenho que escrever para a ADSE. Afinal o cartão não é “simplexmente” mudado quando um tipo é reformado. Tenho que meter um impresso não sei onde, (não é onde estou a pensar), e preciso não sei de quê do sítio onde trabalhei. Isto tudo deve ser simplex de certeza!
Grande merda o meu gato acaba de morrer. Depois continuo o mail.
Maturino Galvão
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DA MORAL...
O que me preocupa mais é aquilo que passa para o cidadão comum, para os jovens...
Estar num cargo público (político) e servir-se do mesmo para obter benefícios pessoais é vil.
A isso já alguém chamou estar sentado à manjedoura do poder.
Quem serve a coisa pública há-de exigir-se uma rectidão a toda a prova, uma transparência irrepreensível.
Lembram-se, por acaso, de um dos presidentes desta república (a 1ª) que ia de sua casa até à sede da presidência num transporte público?...
Serão outros tempos, é certo, mas também vos direi que a verticalidade é intemporal.
A imagem que alguns dos políticos da nossa praça vão dando é a de que tudo é permitido, até mesmo o partido da oposição (PSD) se cala num claro sinal de não querer lavar em público a roupa suja que alberga no seu seio. Sabiamente remetem-se ao silêncio próprio daqueles que também padecem de idênticas mazelas.
A manjedoura do poder, porém, não é inesgotável porque a sustenta um país que está nas lonas.
Não há serviço público que não esteja à beira da ruptura: na Saúde, no Ensino, na Justiça, nas Finanças Públicas... Tudo se encontra votado ao oportunismo e ao arranjismo.
O presente Governo não sabe para onde vai, nem sabe para onde há-de ir.
A questão não está em saber se há ou não Licenciatura. É um problema mais amplo: o da moral.
É-me indiferente saber se o 1º ministro do meu país é licenciado ou não; importa-me, porém, saber que ele é impoluto, que não usa o seu poder (ou que nunca usou do seu poder) para dele ou através dele colher benefícios pessoais.
Não acho normal, nem natural utilizar papel timbrado de qualquer órgão público para tratar de assuntos pessoais.
O cidadão José Sócrates é isso mesmo: um cidadão que, devido à sua actividade política, ascendeu a cargos públicos.
O exercício dessa actividade não lhe confere o direito a fazer valer o cargo que ocupa como meio de obter benefícios pessoais.
Alguém que entra para um Governo com pretensões (e não só) de moralizar alguns sectores da vida pública expõe-se, agora, a uma questão "mesquinha".
Só mesmo quem se dispõe a que lhe atirem a primeira pedra...
Só mesmo quem sabe que esta gente que governa anda tonta e adormecida e não protesta, não contesta, nem se indigna.
Estar num cargo público (político) e servir-se do mesmo para obter benefícios pessoais é vil.
A isso já alguém chamou estar sentado à manjedoura do poder.
Quem serve a coisa pública há-de exigir-se uma rectidão a toda a prova, uma transparência irrepreensível.
Lembram-se, por acaso, de um dos presidentes desta república (a 1ª) que ia de sua casa até à sede da presidência num transporte público?...
Serão outros tempos, é certo, mas também vos direi que a verticalidade é intemporal.
A imagem que alguns dos políticos da nossa praça vão dando é a de que tudo é permitido, até mesmo o partido da oposição (PSD) se cala num claro sinal de não querer lavar em público a roupa suja que alberga no seu seio. Sabiamente remetem-se ao silêncio próprio daqueles que também padecem de idênticas mazelas.
A manjedoura do poder, porém, não é inesgotável porque a sustenta um país que está nas lonas.
Não há serviço público que não esteja à beira da ruptura: na Saúde, no Ensino, na Justiça, nas Finanças Públicas... Tudo se encontra votado ao oportunismo e ao arranjismo.
O presente Governo não sabe para onde vai, nem sabe para onde há-de ir.
A questão não está em saber se há ou não Licenciatura. É um problema mais amplo: o da moral.
É-me indiferente saber se o 1º ministro do meu país é licenciado ou não; importa-me, porém, saber que ele é impoluto, que não usa o seu poder (ou que nunca usou do seu poder) para dele ou através dele colher benefícios pessoais.
Não acho normal, nem natural utilizar papel timbrado de qualquer órgão público para tratar de assuntos pessoais.
O cidadão José Sócrates é isso mesmo: um cidadão que, devido à sua actividade política, ascendeu a cargos públicos.
O exercício dessa actividade não lhe confere o direito a fazer valer o cargo que ocupa como meio de obter benefícios pessoais.
Alguém que entra para um Governo com pretensões (e não só) de moralizar alguns sectores da vida pública expõe-se, agora, a uma questão "mesquinha".
Só mesmo quem se dispõe a que lhe atirem a primeira pedra...
Só mesmo quem sabe que esta gente que governa anda tonta e adormecida e não protesta, não contesta, nem se indigna.
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Da poesia militante em Moçambique
Quando chega o verão,
Não há um ser humano
Que não fique com tesão.
É uma terra danada,
Um paraíso perdido.
Onde todo mundo fode,
Onde todo mundo é fodido.
Fodem moscas e mosquitos,
Fodem aranha e escorpião,
Fodem pulgas e carrapatos,
Fodem empregadas com patrão.
Os brancos fodem os negros.
Com grande consentimento,
Os noivos fodem as noivas
Muito antes do casamento.
Todos fodem neste mundo
Os responsaveis da barragem
Fodem ao povo
Até chinezes fodem as nossas florestas.
Militares fodem Generais,
Generais fodem o Ministro da Defesa.
E o presidente da República
Vive fodendo a nação.
Todos fodem neste mundo
Num capricho derradeiro.
E os danados da polícia
Fodem os manifestantes.
Parece que a natureza
Vem a todos nos dizer,
Que vivemos neste mundo
Somente para foder.
Autor Desconhecido
(Também pudera, se fosse conhecido, tava fodido !!!) Neste Moçambique imenso
Não há um ser humano
Que não fique com tesão.
É uma terra danada,
Um paraíso perdido.
Onde todo mundo fode,
Onde todo mundo é fodido.
Fodem moscas e mosquitos,
Fodem aranha e escorpião,
Fodem pulgas e carrapatos,
Fodem empregadas com patrão.
Os brancos fodem os negros.
Com grande consentimento,
Os noivos fodem as noivas
Muito antes do casamento.
Todos fodem neste mundo
Os responsaveis da barragem
Fodem ao povo
Até chinezes fodem as nossas florestas.
Militares fodem Generais,
Generais fodem o Ministro da Defesa.
E o presidente da República
Vive fodendo a nação.
Todos fodem neste mundo
Num capricho derradeiro.
E os danados da polícia
Fodem os manifestantes.
Parece que a natureza
Vem a todos nos dizer,
Que vivemos neste mundo
Somente para foder.
Autor Desconhecido
(Também pudera, se fosse conhecido, tava fodido !!!) Neste Moçambique imenso
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Uma explicação simples para a febre irracional que tomou e toma conta de tantas mentes supostamente esclarecidas
No pós-25 quis-se nacionalizar tudo. No pós-pós-25 quer-se privatizar tudo.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Segoléne
A França, com todas as suas idiossincracias, algumas detestáveis, é um grande país. Não é por acaso que é pátria de grandes pensadores e terreno de mudanças políticas há muitos séculos: é a tendência meio chauvinista dos franceses para se pensarem grandes que os leva a pensar em grande.
As mudanças sociais e políticas urgentes neste principio de século precisam de terrenos assim. Têm de ser postas à prova, para que se possa provar que outra forma de entender as relações sociais, que ultrapasse o abjecto egoismo activo dos "liberais", é possivel, viável, saudável.
Numa noticiazeca do DN De hoje sobre Ségolene Royale estava algo do que pode ser um esboço de um programa político de Esquerda no século XXI: aumento do ordenado mínimo; gestão do mercado público; reservar as ajudas públicas às empresas que não façam despedimentos quando têm lucro; revisão dos estatutos do Banco Central Europeu, para que o crescimento e o emprego façam parte dos seus objectivos.
Mesmo com a globalização dos mercados, tenho a certeza que um programa político de Esquerda aplicado em qualquer país forte da Europa tem todas as condições para ser possivel, viável e saudável. Que depois se vejam os resultados. Aí veremos se o Friedman sempre tem razão.
(Regresso após férias. Espero que as vossas tenham sido tão boas como as minhas)
Quem me leva os meus fantasmas
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terça-feira, 10 de abril de 2007
Sinais
Nacala .5
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Sarkozy persiste e reitera perspectivas inadmissíveis sobre pedofilia e delinquência
Sarkozy persiste e reitera perspectivas inadmissíveis sobre pedofilia e delinquência. Há dois dias que a coisa se avoluma: quem sabe se a direita pode perder...
“Nicolas Sarkozy persiste et signe. Après la vive polémique provoquée par ses propos à Philosophie Magazine et dans lesquels il disait qu'il inclinait "à penser qu'on naît pédophile", le candidat de l'UMP a une nouvelle fois relancé la controverse mardi sur France 2.
«Qui peut me dire que c'est normal d'avoir envie de violer un petit enfant de trois ans? Est-ce que c'est un comportement normal ? A partir de ce moment là, quelle est la part de l'inné et la part de l'acquis? », s'est-il interrogé.
Une nouvelle fois, Nicolas Sarkozy a renchéri sur le suicide des jeunes, décidant également de parler du cancer qui touche parfois des fumeurs passifs et non les gros fumeurs.
A propos des jeunes qui se suicident, il estime que «génétiquement, ils avaient une fragilité, une douleur préalable»å puis il rajoute «Je ne veux pas qu'on complexe les parents : tout jeune qui se suicide ce n'est pas exclusivement la faute des parents, il y a un terrain».
Déjà en fin de semaine dernière, ces propos avaient soulevé de nombreuses critiques. «Si moi je m'étais permise de dire des énormités pareilles, je pense que cela aurait émergé dans le débat public», a jugé la candidate socialiste, tandis que le président de l'UDF qualifiait d'«inquiétants» et de «glaçants"»les propos de de son rival.
En revenant sur ce sujet, Nicolas Sarkozy affirme une nouvelle fois sa vision d'une origine génétique des troubles comportementaux chez l'homme. Il a invité ce matin ses adversaires à «ne pas fermer la porte à tout débat».
«C'est des propos extrêmement graves, ça veut dire qu'on revient sur tout ce qui a été l'évolution des sciences dans notre société», a déclaré Marie-George Buffet en réponse à la nouvelle intervention de Nicolas Sarkozy, tandis que le candidat MPF Philippe de Villiers a lui affirmé le principe de la «liberté» de l'homme en excluant tout «prédéterminisme»”
No Libération
FAR
“Nicolas Sarkozy persiste et signe. Après la vive polémique provoquée par ses propos à Philosophie Magazine et dans lesquels il disait qu'il inclinait "à penser qu'on naît pédophile", le candidat de l'UMP a une nouvelle fois relancé la controverse mardi sur France 2.
«Qui peut me dire que c'est normal d'avoir envie de violer un petit enfant de trois ans? Est-ce que c'est un comportement normal ? A partir de ce moment là, quelle est la part de l'inné et la part de l'acquis? », s'est-il interrogé.
Une nouvelle fois, Nicolas Sarkozy a renchéri sur le suicide des jeunes, décidant également de parler du cancer qui touche parfois des fumeurs passifs et non les gros fumeurs.
A propos des jeunes qui se suicident, il estime que «génétiquement, ils avaient une fragilité, une douleur préalable»å puis il rajoute «Je ne veux pas qu'on complexe les parents : tout jeune qui se suicide ce n'est pas exclusivement la faute des parents, il y a un terrain».
Déjà en fin de semaine dernière, ces propos avaient soulevé de nombreuses critiques. «Si moi je m'étais permise de dire des énormités pareilles, je pense que cela aurait émergé dans le débat public», a jugé la candidate socialiste, tandis que le président de l'UDF qualifiait d'«inquiétants» et de «glaçants"»les propos de de son rival.
En revenant sur ce sujet, Nicolas Sarkozy affirme une nouvelle fois sa vision d'une origine génétique des troubles comportementaux chez l'homme. Il a invité ce matin ses adversaires à «ne pas fermer la porte à tout débat».
«C'est des propos extrêmement graves, ça veut dire qu'on revient sur tout ce qui a été l'évolution des sciences dans notre société», a déclaré Marie-George Buffet en réponse à la nouvelle intervention de Nicolas Sarkozy, tandis que le candidat MPF Philippe de Villiers a lui affirmé le principe de la «liberté» de l'homme en excluant tout «prédéterminisme»”
No Libération
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segunda-feira, 9 de abril de 2007
Em Foco
#. - França: Indecisos (30 a 40%),geram emoção a 13 dias da primeira volta das Presidenciais - Por perversidade da Alta Autoridade da Comunicação audiovisual francesa, o tempo de antena dos candidatos tem vindo a ser reduzido desde 1995. Como os pequenos partidos se implantaram na sequência do impasse político e estratégico que mina o " centrão " gaulês, PS e UMP, o espectro audiométrico dos suportes - rádio, tv.- teve que impor uma severa contenção e redução, tirando as rádios privadas - Europe 1 e RTL ou NRJ - grande partido (financeiro) dos clipes politizados em breves unidades de tempo...Como não apareceram ainda grandes temas dominantes e cristalizadores na campanha presidencial, a margem de indecisos é enorme, raiando entre os 30 e os 40 por cento. Ontem, Sarkozy cometeu uma gafe muito negra, no passeio primaveril da Côte d ´Azur, sobre a pedofilia e o suicídio " inatos", de grande denotação racista e determinista. O que despoletou uma imensa e desabrida polémica com o meio científico e religioso, que condenam o sentido eugenista e selectivo das suas teses. O arcebispo de Paris condenou , veementemente, nas ondas radiofónicas , a " filosofia " do candidato da direita, que tinha dito "Inclinar-me-ia a pensar que se nasce pedófilo..ou delinquente. As circunstâncias não fazem tudo, a parte inata é imensa". Ségolène e Bayrou refutaram tais posições expressas por Sarkozy, de forma muito contundente. Vamos ver se, contra o virtual vencedor do escrutínio, apareceu tema para decidir os eleitores a não embarcarem nas suas profecias ...quase totalitárias.
#. - Japão: Reeleito o presidente da maior cidade do Mundo - Será que existe fora dos EUA, uma viragem (ou confirmação) política de uma nova ideologia populista, nacionalista e ultra-controladora? No patamar cimeiro dos países que lideram a evolução do Mundo, a Suíça, quase a maioria dos países escandinavos, o Japão e os governos de coligação de centro - tipo Itália ou Alemanha - prefiguram essa tendência inquietante de " fecho " e confiança no " cada um por si, que Deus é grande "...A reeleição do presidente do município de Tóquio, a maior cidade do mundo, pela terceira vez consecutiva, parece dar mais corpo a essa funesta e implacável tendência.
Shintaro Ishihara, de 74 anos, antigo romancista de best-sellers de gare, bateu os seus 13 rivais, por maioria absoluta. O interessante da questão é que, Ishihara, surgiu, desde que foi eleito em 1999, como um populista de direita muito vincado, ao arrepio de toda a classe política nipónica. Negou sempre o apoio dos partidos - o omnipresente Partido Liberal - e não se abstém (de acordo com o correspondente do Le Figaro) em invectivar ciclicamente " a criminalidade estrangeira, a falsa delícia da língua e da civilização francesas e o espectro da arte contemporânea, em geral ". Gere, há sete anos, Tóquio com mão de ferro: restaurou as finanças, deu plenos poderes à polícia e desencadeou um plano de tudo-só-betão gigantesco pela construção em simultâneo de mais 92 arranha-céus. Os ecologistas e seus apaniguados não conseguem vergar Ishihara, que quer " fazer obra" para preparar a candidatura da " sua " cidade aos Jogos Olímpicos de 2016. O PIB de Tóquio suplanta o da Austrália e o seu edil gere-a, a maioria das vezes, por circuito-fechado, a partir de uma rede de tv-cabo montada em sua casa.
#. - Egipto: Sucessão dinástica de Moubarak desperta islamistas - Washington e o grosso dos líderes (tolerados) das forças políticas islâmicas do Egipto, condenaram as alterações constitucionais propostas pelo partido do presidente Moubarak. Apesar de imporem o fim da osmose político-religiosa, de reforçarem as taras autocráticas do regime e de prepararem, in fine, a sucessão " dinástica " para o filho do raís omnipotente, a onda de contestação ao regime militar cresce, sem apelo nem agravo, e os partidos " tolerados " de inspiração islâmica, conseguem já controlar a maioria da sociedade civil, como é o caso dos Irmãos Muçulmanos, com milícias e um sistema de Segurança Social modelar nos bairros mais populosos. O impasse político e económico é muito grande. Sabe-se que os EUA controlam de perto a situação e encorajam Moubarak a democratizar a vida política egipcia. O general e os seus aliados receiam que surja uma vaga islamita colossal, tanto o descontentamento é grande, daí hesitarem e tentarem adiar as reformas necessárias que permitam acabar com a corrupção galopante, que só perderá força caso haja uma vitalidade democrática mínima efectiva garantida pelo jogo multipartidário.
FAR
#. - Japão: Reeleito o presidente da maior cidade do Mundo - Será que existe fora dos EUA, uma viragem (ou confirmação) política de uma nova ideologia populista, nacionalista e ultra-controladora? No patamar cimeiro dos países que lideram a evolução do Mundo, a Suíça, quase a maioria dos países escandinavos, o Japão e os governos de coligação de centro - tipo Itália ou Alemanha - prefiguram essa tendência inquietante de " fecho " e confiança no " cada um por si, que Deus é grande "...A reeleição do presidente do município de Tóquio, a maior cidade do mundo, pela terceira vez consecutiva, parece dar mais corpo a essa funesta e implacável tendência.
Shintaro Ishihara, de 74 anos, antigo romancista de best-sellers de gare, bateu os seus 13 rivais, por maioria absoluta. O interessante da questão é que, Ishihara, surgiu, desde que foi eleito em 1999, como um populista de direita muito vincado, ao arrepio de toda a classe política nipónica. Negou sempre o apoio dos partidos - o omnipresente Partido Liberal - e não se abstém (de acordo com o correspondente do Le Figaro) em invectivar ciclicamente " a criminalidade estrangeira, a falsa delícia da língua e da civilização francesas e o espectro da arte contemporânea, em geral ". Gere, há sete anos, Tóquio com mão de ferro: restaurou as finanças, deu plenos poderes à polícia e desencadeou um plano de tudo-só-betão gigantesco pela construção em simultâneo de mais 92 arranha-céus. Os ecologistas e seus apaniguados não conseguem vergar Ishihara, que quer " fazer obra" para preparar a candidatura da " sua " cidade aos Jogos Olímpicos de 2016. O PIB de Tóquio suplanta o da Austrália e o seu edil gere-a, a maioria das vezes, por circuito-fechado, a partir de uma rede de tv-cabo montada em sua casa.
#. - Egipto: Sucessão dinástica de Moubarak desperta islamistas - Washington e o grosso dos líderes (tolerados) das forças políticas islâmicas do Egipto, condenaram as alterações constitucionais propostas pelo partido do presidente Moubarak. Apesar de imporem o fim da osmose político-religiosa, de reforçarem as taras autocráticas do regime e de prepararem, in fine, a sucessão " dinástica " para o filho do raís omnipotente, a onda de contestação ao regime militar cresce, sem apelo nem agravo, e os partidos " tolerados " de inspiração islâmica, conseguem já controlar a maioria da sociedade civil, como é o caso dos Irmãos Muçulmanos, com milícias e um sistema de Segurança Social modelar nos bairros mais populosos. O impasse político e económico é muito grande. Sabe-se que os EUA controlam de perto a situação e encorajam Moubarak a democratizar a vida política egipcia. O general e os seus aliados receiam que surja uma vaga islamita colossal, tanto o descontentamento é grande, daí hesitarem e tentarem adiar as reformas necessárias que permitam acabar com a corrupção galopante, que só perderá força caso haja uma vitalidade democrática mínima efectiva garantida pelo jogo multipartidário.
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Basta tão só o sentirmo-nos estranhos, para que uma possível atomicidade se faça em nós ninho, com um diâmetro lunar.
Indefinidamente uma bandeira ao vento é a manga do gesto submisso do camareiro. Einstein teria sobressaltos a narrá-lo matematicamente.
Enche-me com água sempre sem ser fortuito, com um esgar de monotonia amedrontada em eco, mal me chego à linha esvaziada do copo.
Se este recipiente nos arredores do cristalino fosse realmente a taça do Santo Graal, quanta luminosidade teria generosamente sido exacta, por todas as ruas futuras.
Casino da Figueira…
Se vivessemos desde os primórdios, não estranharia tal grotesco grau de atenção, amordaçada e tensa na sua aprendizagem. Mais água sobre fundo branco.
Mas não. O que para além dos limites de tudo (incluído o pensamento) pisca, é um néon. Nessa voragem, pecamos.
Todos os outros, prazerosamente sentados, conversam e têm invejáveis mundanas motivações. São convictos. Cada vez sei menos. A certeza é um idílio sem relvado geométrico... é isso, sempre o tactearmos no não concreto, cegos de quê?
Perna de porco assada à padeiro.
Prisioneiros de tudo como o gato às riscas, a dois continentes de si próprio ? talvez ansiemos por um encontro com algum foragido, talvez Platão aqui enganado...
Seríamos sócios para todo o sempre, se ainda na sua omoplata garantisse a tatuagem da dualidade.
Sopa rica do mar.
E não ter deixado à espera, no bengaleiro, o livro com que coxeio menos como tenho o aforismo de inverno a morar no corpo, a ser interiorizado como um casaco que seja...
Ementa.
O amarelo, o creme com letras a rebentar de improváveis significados, o laranja. Tudo é desperdício outonal.
Onde estão as patas da cadeira comigo ? O camareiro torna-se-me íntimo na sua manga.