quinta-feira, 12 de outubro de 2006

 
Foto de José Carlos Mexia

Da série Vale do Grou: Inauguração da luz eléctrica. 1982 Posted by Picasa
Armando,

Depois deste impasse para revisão técnica arranquei com o blog. E fiz melhor. Criei outro em língua americana para publicitar assuntos internacionais. Segundo a minha opinião a língua inglesa morreu quando os Beatles se separaram. Desde esse fatídico 1970 que os ingleses procuram the next real thing. Mas, infelizmente, só têm encontrado tristes espectáculos que vão para além do Andrew Lloyd Weber no West End. Para conseguir aplausos o seu Primeiro-ministro tem de farejar o rabo de Wbush. Uma tristeza!

Envio-te mais uns desenhos. Não sei se fiz as coisas, e eles atravessaram o éter até o teu computador, ou se perderam numa curva reichiana – como ficou desiludido o velho Reich quando os físicos retiraram do pensamento científico o conceito de éter que ocuparia o espaço e o substituíram pelo vazio. Vou tentar escrever uma fábula neo-liberal para te enviar para não ficar apenas pelos desenhos. Tenho-a pensada mas vai levar algum tempo a escrever. Agora preciso de dar alguma atenção ao livro.

Um abraço.

Maturino Galvão

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Sinais

 
Desenho de Maturino Galvão Posted by Picasa

Coreia do Norte: laxismo chinês ou realpolitik implacável?

O pragmatismo político chinês " largou " as cordas a Kim Jong II para melhor negociar o futuro de Taiwan e continuar na demanda de matérias-primas através de toda a Ásia sem ser controlado pelos EUA

O artigo de François Géré, geopolitólogo do IFRAE, que pode ler aqui situa o enquadramento geral das implicações da experiência atómica norte-coreana. Pequim revê a 180 graus toda a sua política internacional e coloca-se ao lado da ONU e das grandes potências. Porquê esta viragem tão nítida? Quando Pequim acaba de reforçar os laços económicos com a sinistra clique no poder em Shianouk-Ville (Camboja), concluindo uma linha férrea que a conduz directamente ao mar da Ásia do Sudeste, vital para as trocas económicas indispensáveis ao seu desenvolvimento. E continua a apoiar todas as ditaduras sanguinolentas espalhadas pelo globo... Tudo por causa da posse reclamada de Taiwan e do secreto desejo de dar como troca a Coreia do Norte aos americanos.

A política de contenção e realismo chinesa tem-lhe dado frutos: para lá de grande envolvimento em África, nas suas zonas petrolíferas, Pequim entrou em grande numa parceria petrolífera com o Cazaquistão ( Ásia Menor); e inaugurou um novo porto de mar em Rangoon ( Myanmar) sobre o Indico e perto das costas paquistanesas dotado de central de escutas intercontinental, com incidência principal na Índia, dizem as más-línguas.

Vejam-se as performances da política externa chinesa em menos de uma semana: grande restauração política e económica com o Japão, com vantagens para o congelamento temporário da corrida aos armamentos entre os dois irmãos inimigos. Reforço do prestígio internacional ao alinhar com os outros membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU na condenação do atrevimento norte-coreano. Há quem diga, por outro lado, que é por causa da realização dos Jogos Olímpicos de Pequim dentro de dois anos, que a China se mostra tão apaziguadora e realista.

FAR

Artigo de François Géré no Figaro

Jeans .4

 
 
Fotos de José Salvado Posted by Picasa

Tailândia: Estado-de-sítio não pode durar mais de 60 dias

O PM interino e general na reserva apresentou ontem o seu governo que
marginaliza toda a classe política de Bangkok


A sequência tailandesa golpe de estado -corrupção -golpe tem origem primeva nos putschistas de 1932 conduzidos por um antigo estudante que frequentou Paris, a Sorbonne e os meandros efervescentes do Quartier Latin. A LUAR, a UDP e a LCR lusitanas quarenta anos depois seguiram as pisadas desse tipo de sublevação leninista e blanquista, se bem recordamos. Ora, a estudantil revolta de Bangcok instalou a monarquia constitucional no reinado e aboliu centenas de anos de despotismo e escravatura. O pior é que o ciclo de golpes de Estado se sucedeu: quase duas dezenas em 50 e tal anos, e o penúltimo levava já 16 de esquecimento...

Os militares golpistas e fiéis ao rei - que " governa os militares "- têm-se multiplicado em declarações apaziguadoras e confiantes. O pior é que o estado de sítio se mantém. O pior é que a Liberdade de Expressão e de Reunião não funcionam. E pior: não se sabe quando serão restauradas. Acresce o facto da classe política de Bangkok ter sido marginalizada pelo novo poder...militar. O que preocupa todo o Mundo: o Japão, os EUA, a Índia e a China, cada qual pela sua ordem de razões efectivas.

A classe intelectual tailandesa mostra-se muito inquieta com o " estilo " do governo tecnocrático imposto pela Junta. O partido do sinófilo PM no exílio auto-dissolveu-se e os partidos da oposição ao anterior governo civil não esboçam nenhuma reacção visível à luz do dia. O meio estudantil permanece mergulhado em muita angústia existencial, se bem que o general pm seja budista e não-corrupto. E o rei já tem uma idade muito avançada para tentar liderar qualquer opção de renovação política estrutural.

A Tailândia foi apanhada no turbilhão das profundas mexidas de intervenção económica regional manipuladas pelo Japão e a China, desde o início do ano. Uma nova divisão do trabalho e consideráveis perdas nas taxas de investimento e lucro, fizeram da Tailândia - que vive da exportação de arroz, do turismo e da incipiente indústria de componentes automóvel - num elo muito fraco da cadeia sincronizada e estabelecida pela ASEAN, onde os contornos económicos e políticos são disputados palmo a palmo pelos dois gigantes da zona.

FAR

Jó Delgas

Barreiro Rocks, 7 de Outubro de 2006

Los Santeros
The Drones
Gallon Drunk
Wau y los Arrghhs!
The Fatals

Barreiro Rocks, 6 de Outubro de 2006

Green Machine
Athom Rumba
Blood Safari
The Black Time
Viscious 5
Fotos de Kid Xangai

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Ras du cou carré

 
Sissine Rocha Posted by Picasa

O sítio do Xiconhoca

É um site, premiado, de um amigo.

É ingreme.

Vale a pena a visita!
 
Foto de José Carlos Mexia

Da série Vale do Grou: Inauguração da luz eléctrica. 1982 Posted by Picasa

Para ouvir com aquela música dos Beatles...


Quando chegar a velho, perder o meu cabelo
(Claro, só daqui a muitos anos...)
e sair para a rua só para ver se chove,
não hei-de abdicar do meu direito
a praticar o sessenta e nove.

Já desdentado e envelhecido
hei-de insistir no sessenta e nove.

São tão bonitos e tão pacíficos
(creio mesmo que é assim que a Terra se move...)
dois corpos unidos
na prática do sessenta e nove...

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Contos do Outono .1

O meu pai tem amigos que despertam a minha curiosidade. Bem sei ao que esta conversa conduz. Vade retro! Não sei se a recomendação é bem entendida. Lembro-me dum encontro no Porto, há anos atrás. História ouvida. O João encontra a A. , não se viam há anos. Tás porreiro e vivo, disse-lhe ela. Corriam rumores sobre mais uma cruz, iminente, na lista do AIDS. O João olhou para ela, saníssima, com o arrumador ao lado. Lembrou-se do dito: “Chega-te para lá, não me mascarres!”. Gostaria ele, apesar do risco, herdar a viúva.

Josina MacAdam

Jeans .3

 
 
Fotos de José Salvado Posted by Picasa

domingo, 8 de outubro de 2006

Saturnálias - Teatro Extremo - Almada

Desculpem lá servir-me deste meio.
Era só para vos sugerir que na próxima 6ª feira se deslocassem até Almada, ao Teatro Extremo (Rua Serpa Pinto, fica perto da Casa da Cerca, na zona de Almada Velha), a partir das 21,30 h. (para arranjar lugarzito sentado e ir bebendo um copo...), lá para as 22h. e qualquer coisa começam as Saturnálias.
Actuam o André Louro e o João Lima que tocam, ó como eles tocam...
Este vosso amigo e o Pedro Bernardino apresentarão excertos do recital de poesia satírica portuguesa "Como é diferente o riso em Portugal".
Gostava de vos ver aqui...

Breaking News . Breaking News

Villepin acusa Sarkosi de querer controlar o "Libération"

O primeiro-miistro francês, Dominique de Villepin, acusa o seu ministro de Estado e do Interior, Nicolas Sarkosi, presidente do partido presidencial, de querer instrumentalizar o matutino Libération,que atravessa uma grande turbulência e foi colocado sob controlo financeiro e judicial, segundo revela a edição desta semana do " Le Canard Enchainé ".

O semanário revela que Villepin apareceu inopinadamente numa reunião tida pelo seu staff
de conselheiros no palácio governamental com uma delegação de dirigentes sindicais do jornal fundado por Jean-Paul Sartre e com um accionista da família Rothschild há menos de um ano como principal accionista.

Segundo reportou uma testemunha citada pelo Canard, Villepin terá expresso esta siderante análise sobre o clima de inquietação e as manobras de controlo em curso em torno do prestigiado matutino pariseense: " Por detràs da máscara de Edouard de Rothschild( principal accionista do Libé),esconde-se a de Alain Minc (presidente do directório do jornal Le Monde e grande estratego financeiro do Tout Paris). E por detrás da máscara de Minc vamos encontrar Nicolas Sarkosi ", sic.

A pouco mais de meio ano das presidenciais francesas, os golpes mediáticos e tácticos multiplicam-se: Balladur abandona a vida política, Giscard d´Estaing publicou o terceiro volume das suas Memórias com passagens mordazes contra Chirac e os chiraquianos de serviço e o todo-poderoso homem dos " golpes ", o senador Charles Pasqua, próximo de Sarkosi, foi nomeado dirigente do Instituto Nacional dos Altos Estudos de Segurança.

FAR

Sinais

 
Desenho de Maturino Galvão Posted by Picasa

sábado, 7 de outubro de 2006

PINOCADAS ou de como o Sr. Engenheiro se tornou num grande mentiroso e se põe a fazer misturas...

Gostava de continuar numa onda mais lírica, mas há afirmações feitas em público e rádiodifundidas que me devolvem à realidade mais chã e mesquinha.
Ora sucede que o sr. Engenheiro resolveu mentir publicamente e eu, por acaso, ouvi.
Achei mal.
O sr. Engenheiro devia documentar-se primeiro - coisa que é de todo inadmissível -, ou está deliberadamente a atirar poeira para os olhos das gentes.
Acontece que os militares sabem perfeitamente como progridem nas respectivas carreiras, o mesmo se passa com aqueles que estão na Administração Pública, o mesmo se passa nos hospitais públicos e também nos tribunais. Não há uma carreira única, há carreiras.
Ora, o que se passa na carreira docente é completamente diferente.
O senhor Engenheiro apressou-se desastradamente a tentar enganar tudo e todos. Mentiu.
Não há outra palavra para designar as afirmações proferidas pelo senhor Engenheiro.
Já agora, aproveito para dizer que a nossa Escola Pública está caótica e que as medidas - pretensamente propagandeadas como a política acertada para a Educação - são todas de carácter economicista. Não resolvem nem atacam o actual estado das coisas.
A 'finlandização' do nosso sistema de ensino não passa de um icebergue a desfazer-se devido ao 'efeito de estufa'.
Senhores do Largo do Rato, alguém viu por aí a Dra. Ana Benavente?...

Raku


Taça

Sissine Rocha

O direito à vida

"Só em 2006, até agora, pelo menos três jovens perderam a vida devido a disparos mal fundamentados da PSP e da GNR. Os processos de averiguação correm ainda, mas não surpreenderá - faz parte da cartilha - que terminem inconclusivos ou com uma acusação de negligência, sem uma beliscadura nas chefias nem uma palavra de pedagogia das instâncias políticas".
Fernanda Câncio, Diário de Notícias, 6/10/06

Com a devida vénia ao Jumento

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

 
Foto de José Carlos Mexia

Da série Vale do Grou: Inauguração da luz eléctrica. 1982 Posted by Picasa

Sindicalista europeu alerta para o beco-sem saída da economia-casino

John Monks, líder da CES, que representa mais de 60 milhões de trabalhadores em 36 países, lança um grito de alarme contra o ultraliberalismo praticado por quase todo o Centro-Esquerda do Velho Continente

Trata-se de uma entrevista-bomba. Que toda a gente deve ler e meditar. E fazer o impossível para avançar para lutar e desmistificar. " Vemos instalar-se na Europa a explosão dos desequilibrios causados pela Mundialização.(...) As desigualdades crescem, por causa da competitividade, da flexibilidade e do culto do lucro. Vemos também os grandes perdedores, os intercalares, os mal pagos, os não-qualificados: mão-de-obra que se altera diante das deslocalizaçõs, das chantagens das multinacionais e do recuo crescente do papel do Estado. Os governos deixam fazer ou têm medo de agir", frisa.

À pergunta sobre o porquê desta demissão face à necessidade real de regulação, John Monks, inglês e sindicalista de grande combatividade, acusa: " Fazem o jogo da opinião que as elites propagam. Eles ( elites) pensam que a Europa não pode enfrentar a concorrência dos EUA, da China e da Índia senão liquidando o Estado-providência, senão reduzindo os serviços públicos e tentando esmagar o poder dos sindicatos para gerir estas mudanças. Esta opinião encontra-se em homens políticos de centro-esquerda como Tony Blair, Gerhard Schröder e no Partido Socialista francês. A parte, talvez, Laurent Fabius... ".

" O boom das desigualdades, a velocidade deste boom é uma ameaça terrível para a Europa Social. A agressividade da estratégia dos fundos de investimento encorajada pela liberalização financeira é potencialmente uma ameaça mortal contra a Europa Social ", acrescenta sem papas na língua. E avança: "No fundo, o FMI, o BC Europeu, até a Comissão da UE ( do Barroso, acrescentamos nós), todos se perfilam em torno do dogma do consensus de Wasington, que quer que o futuro do Mundo, a felicidade, se realize através do ritmo de crescente liberalização da economia ".

A não perder na íntegra, pois, aqui no Libération.

FAR

Jeans .2

 
 
Fotos de José Salvado Posted by Picasa

quinta-feira, 5 de outubro de 2006


Okupanga indati? *

Como de um fustigante arreliar do sol, defende-se daquele culposo pensamento.
Parece ser a ausência de cor a sua preferência - malbaratam rumores na sua cabeça, mas a vizinhança na mastigação da pobreza, não consegue sonhar tanto, é sim a falta de dinheiro nos bolsos descosicados do pintor, a causa da tanta perfumação dos seus utensílios.
Alaranjada a pele da terra, os olhos do artista ficam lá espetados como hastes, quase até as primeiras estrelas lhe colocarem decisão no resto do corpo. Desce então vagaroso o monte, no cuidado das influências dos céus. Recolhe-se antes da esteira ainda na tina pregada de madeiras, onde mais uma vez cuidará do brilho da sua negritude e do pôr do sol que deveria estar de passagem pelos despenteados pincéis, mas restará tão límpida a água, que ganhará jeitos a sua mulher subida em esperança, de achar que até se pode beber na confiança. Todas as ideias de uma mamã cozinham-se bem junto ao carvão fumegante, enquanto a farinha de mandioca dá as suas custosas voltas.
Depois de engarrafada em botes de segunda vez, já se pensa em fazer o comércio no seio da família, “Água de artista” – cura de vida curta.
Nos tempos seguintes, na paciente idade, pigmentos avermelhados são presenteados ao pintor pelos mais velhos, em troca de umas quantas embalagens, desejos de um pavio de destino maior. A água de artista ganha indispensabilidade, já considerada sistema de subsistência da larga família.
A população vai também considerando exigências, há uma inquietação - onde os resultados da tinta que o artista guarda? A pobreza deixara de ser a resposta à não enfeitação do pano, já possui cores em pilha no seu canto, agora é só questão da vontade se exercer, opinam. Mas o querer continuará amarrado na hesitação das tons.
Na tristeza de uma nova pobreza agora mais manchada, sua decidida mulher busca no crescido casario o último barro com céu de paus, morada dos poderes maiores. Descalço, olhos escavados na magreza e depostos em inabaláveis mundos, por longas e demoradas curvas dança no terreiro poeirento, sobre o porquê da não pintura do homem.
No desenho do arrasto, seus pés poemam a resposta clara .
- O seu homem ganhou honestidade!! Para que vai pôr assim as estrelas no pano de se ver? Já não estão na noite?
Na mesma tina onde tem o corpo alisa de água também os pincéis, esmorecidos por uso contraditório, pois que se lavam de nada.

*O que fazer? -
(Umbundo)


Post intimista de parabéns ao Landru

 
Legenda:
O Silva ri. Apesar dos esforços do Fróis é ele que a levará ao Meco. O desdentado que se cuide! Posted by Picasa

Sinais

 
Desenho de Maturino Galvão Posted by Picasa
Armando,

Finalmente estou a ambientar-me neste meio etéreo de muitos cliques. Envio alguns desenhos que espero tenham alguma piada. Comecei a escrever “Como água suja para baunilha”. Estar parado tanto tempo fez-me esquecer como é um trabalho muito duro. É muita informação disparatada para integrar numa história com uma certa lógica.

O mundo actual e particularmente Portugal são um manancial de hilariantes acontecimentos para escrever centenas de livros. Sobretudo para mim que não sou escritor, nem pretendo ser, mas antes um arquitecto das banalidades de base quotidianas. Pego no lixo produzido pela nossa sociedade e construo um edifício que, no caso concreto, é um livro, porque composto de palavras. Parece-me que desta vez avança. Uma página por dia já me considero muito feliz.

Simultaneamente vou escrever o blog (se conseguir dominar o Macromedia). Quando Jorge de Sena foi para a Califórnia, e se referia ao Portugal de Salazar como o reino da estupidez, não sonhava que terminado o regime das ceroulas, se lhe sucederia a época do eterno jovem com mau penteado, e o consequente reino dos tolos. Por isso, escrever sobre Portugal é tão fácil. A tolice não tem margens, transborda como um Tejo a quem os espanhóis abriram as comportas.

Reparaste que o secretário de Estado das Comunidades foi cumprimentar o americano Graig C. Mello, prémio Nobel de Medicina, porque um bisavô do homem era açoriano. E botou falatório sobre como as gerações de luso-descendentes são importantes para o mundo. Eu, pela parte que me toca, preferiria que ele sacasse o número de telefone da nova Miss Mundo, que é checa de gema, e não checo-descendente.

Vivam os tolos! Que nos dão tanta matéria-prima para escrever.

Um abraço.

Maturino Galvão

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Pendentif roue

 
Bijou

Sissine Rocha Posted by Picasa

Tailândia: militares controlam apertadamente vida política

Um dos principais conselheiros do rei e antigo CEMGFA foi nomeado
PM pela Junta militar que prolonga, de facto,o estado de sítio sine die


É muito mau disfarçar a sua inépcia com o mal suposto dos outros, a sua incúria ou perfídia.O filme de terror que se vive em BangKok ilustra isso mesmo. Esta lei do divino Nicolas Maquiavel serve também para se aplicar à vida dos blogues, aos seus desaires e derrapagens fatais. Assistimos em casa alheia a um desses memoráveis desaires: sem base os postadores cairam no logro de pensar mal as coisas que , como um diabo esfrega um olho, se desenrolam no Médio Oriente. Foi um pandemónio de burrice e , como dizia Jorge de Sena, um realissimo festival de besteira(s).

Na Tailândia, o 2+2=5 revelou em primeira mão na blogosfera nacional os motivos do golpe de estado de 19 de Setembro., os factos políticos pos-golpe são preocupantes. Temos razão em assumir a continuação da novela. Não houve sangue no asfalto mas os partidários do pm deposto mais chegados foram detidos. Eram quatro e foram soltos no início desta semana. A Junta não revelou pormenores da investigação consumada. Não se sabe se a fortuna amealhada pelo pm em fuga está congelada. Ou se ele pode entrar livremente na Tailândia.

Quinze dias apòs se ter apoderado do poder com o consentimento tácito do rei,a Junta militar nomeou o principal conselheiro de sua majestade e antigo CEMGFA- uma espécie de Loureiro dos Santos lá do sítio - para PM. Ao mesmo tempo, a Junta promulgou uma Constituição de emergencia que fixa os limites rigorosos às Liberdades de Expressão e de Reunião, ao arrepio de promessas iniciais de menor intensidade.

O PM, o antigo general Suryud Chulanont, é dado como o grande modernizador das Forças Armadas no ínicio dos anos 2000. Esse desempenho colidiu com os interesses do partido do pm deposto agora. Finda a tarefa, Chulanont retirou-se para um convento budista, tendo sido cooptado pelo rei para a sua corte onde oficiava funções de alta responsabilidade. Os generais da Junta nunca esconderam as suas relações privilegiadas com a Casa Real, que estava a par do inacreditável processo de corrupção e nepotismo posto em acção pelo antigo pm e respectivo partido liberal de centro-direita.

Analistas políticos locais desconfiam que o futuro governo jamais venha a contar com civis no seu elenco. Entretanto, a Junta pretende garantir a nomeação de um elenco de cidadãos impolutos para a redacção de uma nova Constituição. Tal tarefa controlada pelos militares deve ser submetida ao rei, através de equipes formadas no seio do Conselho Nacional de Segurança. O que se sabe, no entanto, é que os EUA não estão muito satisfeitos com o volte-face das promessas dos putchistas em restituirem o poder aos civis, o mais depressa possível e sem grandes considerações anti-partidos.

FAR
 
Foto de José Carlos Mexia

Da série Vale do Grou: Inauguração da luz eléctrica. 1982 Posted by Picasa

Gabriela

Como os mais atentos não deixaram de notar, o 2+2=5 apresenta um reforço para a reentrée outonal, a Gabriela Ludovice. É com muito orgulho que a recebemos. Além da qualidade com que certamente nos presenteará, passamos a ser dois angolanos no blogue. Ora tomem lá.

Soneto para Iracelma

A canela tem um corpo e um som de gargalhada.
Iracelma, cor de canela, é a alegria.
Um sorriso de canela com cheiro a terra molhada.
Alegra-me, sorridente canela, alegra-me o dia.

Escurece a canela de Iracelma, quando zangada.
Ilumina-se, quando alegre, como uma fresca melodia,
esta canela da Vida apaixonada.
Levanta-se o Sol quando sente Alegria.

Mostra-me sempre, canela, o teu sorriso
é tudo quanto preciso...
Deixa-me ouvir, canela, a tua voz.

Canela, flor bonita, eu te aviso:
não percas nunca esse teu riso
porque ele é o Sol de todos nós.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Jó Delgas

O fantástico mundo Blasfemo de Arroja e seus discípulos

Os pobres só o são porque são preguiçosos. Já nós não somos pobres porque somos homens empreendedores. É por isso que somos liberais e não socialistas, e é por isso que não somos pobres, estamos no topo da hierarquia, apesar de, no fundo, o sistema ser dominado pela esquerda, o sistema ser socialista. Vivemos num sistema socialista.
Do mesmo modo acima referido, os africanos só são pobres porque querem. Nós é que não temos nada a ver com isso, e se tivessemos, a culpa seria do sistema, que é socialista.
Os árabes, por seu lado, são inimigos do ocidente, aquele que temos de defender a qualquer custo, apesar de minado pelo sistema socialista. Mas isso é uma questão de tempo. Os liberais vão triunfar porque têm razão. E quando triunfarmos, será o triunfo da liberdade: vamos privatizar os hospitais, as escolas, os transportes, a energia, tudo o que falta ainda, talvez até os tribunais, e porque não a polícia? O mercado escolherá a melhor polícia, do mesmo modo que escolhe a melhor lixívia.
Nessa altura os pais terão a liberdade de pôr os seus filhos a trabalhar, sem a intromissão da mão horrenda do Estado, os hospitais e as escolas terão direito a escolher os seus doentes, que serão os melhores alunos e os melhores doentes possiveis. Nós. Sem a intromissão dessa mão horrenda do Estado, que quer sempre igualizar, sem ver quem somos Nós. Porque Nós somos a élite deste país e deste mundo, aqueles que são empreendedores, que geram emprego, que ganham dinheiro, que estão no topo da hierarquia, quer dizer, da Sociedade, quer dizer, do Estado, apesar do Estado actual ser socialista, a Grande Revolução Liberal está em marcha.
E se o Estado socialista se tornar demasiado socialista, nós fazemos qualquer coisa acerca disso. Mais vale o Pinochet que o Allende. O mercado tem sempre razão.

(Isto são apenas juízos de facto. Um juízo de facto pode ser certo ou incerto, verdadeiro ou errado. Mas não deixa de ser um juízo de facto. Não é um juízo de valor.)

Jeans .1

 
 
Fotos de José Salvado Posted by Picasa

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Barreiro Rocks 2006


Está tudo a postos para mais uma edição do Barreiro Rocks, o melhor festival de Garage Rock da península, e o único verdadeiro evento de Rock em Portugal. Este ano a Hey, Pachuco! brinda-nos mais uma vez com o melhor cartaz de sempre, provando que o Festival está num processo de crescimento imparável. Tudo começa no dia 4 de Outubro com o punk-rock dos espanhois Samessugas e com a Nicotine's Orchestra, uma one-man band imperdível. No Carvoaria Club (Barreiro velho, Rua Aguiar) a partir das 23:30. No dia seguinte, 5 de Outubro, o mesmo espaço acolhe uma matinée dedicada a novos projectos barreirenses: a partir das 16h actuarão os A New Hope, Stash, Lacraus e Debut. No dia 6 de Outubro, 6ª Feira, nos Ferroviários (junto ao Terminal Fluvial- i.e., os barcos, para quem não percebeu) temos, a partir das 21h30m, os portugueses Vicious 5, os ingleses The Black Time (que alguém já definiu como “rawnoiseposrocknonsensegarage”), os luso-ingleses Blood Safari, herdeiros dos Parkinsons e Tedio Boys, e os espanhois Atom Rhumba, uma das presenças mais aguardadas (pelo menos pelo escriba, que já os viu), com o seu rock que consegue ser simultaneamente cru, tribal e sofisticado. De seguida, a partir das 2h e novamente no Carvoaria Club, actuam os portugueses The Green Machine. No dia 7 de Outubro, a partir das 21h30m nos Ferroviários temos os espanhois Wau y Los Arrghs! e o seu garage-punk furioso, os franceses The Fatals, que prometem instalar o caos, os australianos The Drones, um concerto completamente imperdivel de uma banda que, segundo o New Musical Express é assim (e eu não encontro melhores palavras para os descrever): "Raised in Australia from the rock 'n' roll zombie-dead with the soulful religion of Neil Young, Roky Erickson and The Birthday Party embossed in a creepy-yet-soothing and, well, different sort of tension." Depois, os americanos Gallon Drunk, uma das mais míticas bandas rock da actualidade, cujo vocalista é Jim Johnston, guitarrista dos Bad Seeds de Nick Cave. Por fim, e porque o melhor fica guardado para o fim, a Carvoaria Club acolhe a partir das 2h os míticos, únicos, sensacionais, maravilhosos, saborosos Los Santeros, que foram convocados à última hora enquanto roubavam a loja de bebidas do aeroporto à espera de partir para uma tour no Perú, para substituir uma banda que teve de cancelar. A acompanhá-los o convidado muito especial, o não-menos-mítico Mad Dog Clarence. Todos os dias, após os concertos, há mais música até pelas 6h da manhã com o DJ americano Shimmy de New York, o homem com a maior colecção de vinís da costa Leste. As entradas custam 13 euros por dia para 6ª e sábado ou 20 para os dois dias e são grátis para 4ª e 5ª. O festival conta com um excelente site oficial, para mais informações, onde tem também disponíveis as páginas oficiais das bandas e outras como as do MySpace. Rock'n'roll is in the air, baby!

domingo, 1 de outubro de 2006

Ras du cou


Bijou

Sissine Rocha

Japão: 2006 marca a reentrada num ciclo fabuloso de retoma

Portugal devia apostar muito mais no estreitamento das relações bilaterais
e tirar partido do altíssimo crescimento da prodigiosa economia nipónica


O Japão é uma das mais fascinantes experiências económicas do último meio século. Sem grandes recursos minerais construiu uma indústria de ponta no sector automóvel e high-tec, aglutinando todas as hipóteses de concorrência nos respectivos sectores. O crescimento disparou no primeiro semestre a níveis recordes, do género de ser superior a 14 por cento.... A estagnação - género novo na era da Revolução da Informática e da Robótica - foi vencida por um PM, o desconcertante e " provocador " Junichiro Koizumi, que acaba de passar o poder a um aristocrata da direita liberal , Shinzo Abe, em quem Wall Street deposita a maior confiança para "descongelar" o contencioso sino-nipónico do último lustro.

Washington mostra-se aliviado pelo perfil do sucessor de Koizumi, o PM que soletrava canções dos Beatles e Sinatra nas conferências do G-8, ao mesmo tempo que alimentou o sonho revanchista dos negacionistas nipónicos na sua secular guerra surda com a China. As relações com a China caíram ao nível da " guerra fria ", o que se revelou no congelamento dos encontros bilaterais durante 5 anos. Se se imaginar o colossal investimento tecnológico/financeiro do Japão na China, que é superior ao dos EUA, pode-se calcular o desgaste emocional atingido. Com repercussões muito sensíveis na cadeia regional de economias associadas, caso dos impactos negativos na Coreia do Sul, Taiwan, Birmânia ( Mayannar) e Singapura, entre outros.

O Japão, com um honroso 7° lugar na classificação de competitividade do Fórum Mundial de Economia de Davos-Suíça, manipula mais de 35 por cento da economia da Ásia do Sudoeste, e o peso em conjunto com a China atinge os 60%, aglutinando os dois colossos mais de 50% do orçamento global regional nas forças armadas. O Japão procurou muito cedo na África e na América Latina (Angola, Brasil, Peru, Bolívia, etc) os minerais - ferro e outros estratégicos como a bauxite, o tungsténio e o níquel - para alimentar as suas indústrias de ponta. A Sony, a Toyota, em vias de atingir o top da produção mundial, a Hitachi, a Pioneer e a Panasonic, entre muitas outras marcas de prestígio e liderança mundial são modelos de gestão e de investimento-pesquisa absolutamente geniais, que marcaram e fazem avançar cada vez mais o crescimento interactivo da 2ª potência mundial.

FAR
 
Foto de José Carlos Mexia

Da série Vale do Grou: Inauguração da luz eléctrica. 1982 Posted by Picasa