Retomando o
percurso há uns meses deixado em lume brando dou com esta posta início a uma
reflexão mais detalhada (e/ou/mas também tão esporádica quanto necessária)
sobre o tema da Autenticidade que se escusará aos leitores com pouco interesse
nesta questão do que é ser-se autêntico.
O enquadramento
aplicar-se-á tão à actualidade quanto me for possível acompanhar a realidade,
também de forma a evitar o campo minado em que a temática se esconde, tão cheio
de contra-sensos e relativismos capazes de deixar qualquer um à beira do golpe
baixo da relativização.
Espero manter-me à
altura e não contribuir para essa luta desenfreada entre o hemisfério
sentimental e o contrato social. Ao mesmo tempo espero também que vá ficando
claro que esta reflexão não pretende ser uma incursão ao mundo das
impossibilidades de se ser livre mas antes à ideia da responsabilização de se ser um Eu próprio. Porque esta última
assusta qualquer um cá andamos; a maioria a sofrer de normalidade e uns outros
tantos de contas mal feitas com a loucura.
Termino esta
introdução deixando cair a única conclusão que prevejo tirar sobre o assunto
(lembrar-me-ei de me esforçar por não tirar mais nenhuma), a mesma de que a
literatura nos convence: na sociedade contemporânea, é impossível o binómio de
um ser autêntico e um ser funcional. Para a avistar, contudo, exige-se apenas
que se escolha um caminho e que por ele se seja responsável. Exige-se porque se
pode, cada um que pique as pedras como lhe convir.
Laura Nadar
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